Açoriano Oriental
IROA é empresa pública "estável" que deve ser mantida

O presidente da IROA garantiu que a empresa, do serviço público açoriano e visando o desenvolvimento sustentável das zonas rurais e a modernização da agropecuária, tem uma situação financeira "estável", defendendo que uma eventual extinção "seria uma perda".

IROA é empresa pública "estável" que deve ser mantida

Autor: Lusa/AO online


“A IROA acaba por ser uma empresa com uma grande capacidade de concretização de investimento, de agilidade, uma empresa que do ponto de vista financeiro está estável e equilibrada, sem dívidas comerciais. A única dívida que tem é pequena, sustentada e que vai amortizando todos os anos”, afirmou o presidente da empresa, em declarações aos jornalistas.

Ricardo Silva falava, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, após uma audição pela Comissão eventual de Inquérito ao Sector Público Empresarial Regional e Associações Sem Fins Lucrativos Públicas.

A IROA foi criada como Instituto Regional de Ordenamento Agrário e posteriormente transformada em empresa pública SA, dispondo atualmente de 22 funcionários, 18 em São Miguel e quatro na Terceira.

Em sede de comissão, o presidente da empresa frisou que esta tem "recursos humanos e financeiros" para continuar "a missão em prol do desenvolvimento rural" nos Açores.

“O que aqui ficou visto é que há todo um trabalho que se faz ao nível de infraestruturas, de estímulos financeiros, da defesa da reserva agrícola regional, do apetrechamento dos vários perímetros de ordenamento agrário, com autarcas, associações e junta. A IROA dá um contributo muito forte para que a agricultura seja capaz de responder aos desafios que tem no dia a dia”, salientou aos jornalistas.

Ricardo Silva disse que a dívida de médio e longo prazo da IROA “tem vindo a diminuir”, situando-se em 2017 “em quatro milhões e 860 mil euros”.

“É um valor muito residual, uma verba que está contratualizada. E estamos a fazer as amortizações e, como tal, está perfeitamente enquadrada dentro da atividade diária e anual da IROA”, sustentou, considerando que "será um erro estratégico" extinguir a empresa.

O PSD alega que o trabalho da IROA poderia ser desenvolvido no âmbito da secretaria regional da Agricultura e Florestas.

Para o presidente da IROA, “este trabalho não poderia ser feito por uma direção ou secretaria regional, porque há toda uma agilidade que exige do ponto de vista da possibilidade do financiamento, da execução de um plano de atividades e da rapidez de respostas das solicitações que vêm do sector agrícola”.

Ricardo Silva adiantou que a partir de outubro a empresa vai iniciar um processo de cobrança de água em áreas onde tem sistemas integrados.

“Vamos iniciar em Ponta Delgada. Foi um processo longo. No ano seguinte vamos avançar para a zona central de São Miguel, nomeadamente o concelho de Ribeira Grande e Vila Franca do Campo”, explicou, informando que em Ponta Delgada serão colocados no terreno cerca de 100 contadores.

Ricardo Silva salientou que este tem sido "um processo pacífico em que as associações agrícolas compreendem da necessidade de combater o desperdício" de água.

O PSD/Açores insistiu, contudo, no argumento de que os objetivos da IROA podem ser concretizados no âmbito da secretaria regional da Agricultura e Florestas.

“Na audição do presidente da IROA foram evidentes os argumentos a nosso favor”, referiu o deputado António Almeida, argumentando que "em nada se prejudicam os agricultores" com a mudança do figurino da IROA.

Além disso, "também ficou evidente a fragilidade da política regional em termos de infraestruturas, porquanto a IROA não tem recursos, ou seja, os investimentos em abastecimento de água, em caminhos e em eletrificação estão a níveis muito baixos, porque a política da secretaria não garante os recursos para o efeito", apontou o deputado do PSD/Açores, aos jornalistas.


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