Autor: Paulo Faustino
O Conselho Pastoral Diocesano decidiu propor ao Prelado Diocesano o desenvolvimento de estruturas de diálogo com a Cultura, Economia, Política e a sociedade em geral para que “a Igreja não chegue tarde e com respostas sempre negativas aos desafios e contradições que o mundo lhe coloca”.
Esta é uma das principais conclusões do Conselho Pastoral Diocesano, que decorreu de 8 a 10 deste mês, no Centro Pastoral Pio XII, em Ponta Delgada, no qual participaram 43 conselheiros, na sua grande maioria leigos de todas as ilhas e áreas da pastoral diocesana, e e ainda quatro observadores, a convite do Bispo de Angra, D. Armando Esteves Domingues.
De acordo com comunicado, os trabalhos desta reunião, seguindo a proposta do Itinerário Pastoral Diocesano, centraram-se nos três laboratórios definidos: da Sinodalidade, da Fraternidade e da Esperança.
No caso do primeiro laboratório, norteado pelo objetivo de fomentar uma Igreja mais corresponsável e participativa, onde o papel dos leigos seja tão digno como o do Clero, foi decidido propor ao bispo o esquema de uma ‘sinodalidade circular’, “isto é, as ideias e criatividade das ações partirem das bases - paróquia, movimentos e povo de Deus em geral - e a coordenação ser assegurada por uma estrutura designada para tal, tendo como eixo deste movimento circular a ouvidoria e os seus conselhos pastorais”. O Conselho propôs que os Conselhos Pastorais de Ouvidoria sejam liderados por leigos e concordou por unanimidade estimular uma “Igreja em saída missionária e hospital de campanha”, promovendo uma pastoral do convite pessoal a leigos para projetos concretos da Igreja.
“O Conselho Pastoral reafirmou a necessidade de uma ‘Igreja Samaritana’ nos Açores, onde a pobreza e a exclusão social são relevantes, que seja casa de proximidade, hospitalidade e empenho na pastoral sócio-caritativa e na pastoral do acolhimento de pessoas em situação de pobreza, de exclusão social, de vulnerabilidade, com deficiência, em situação de migrantes e na condição de sem-abrigo, entre outros”, pode ler-se no comunicado.
Já no âmbito do laboratório da Fraternidade, além do desenvolvimento das tais estruturas de diálogo, foi sugerida a realização de um mapeamento de todas as estruturas pastorais da diocese - serviços, comissões e movimentos, etc. - “de forma a conhecer quem somos e o que fazemos”. “Na sequência deste trabalho, será possível identificar a missão e as necessidades de cada organismo, para potenciar o trabalho em rede que facilite o planeamento da ação, evitando atropelos, sobreposição de iniciativas e resistências que dificultam o trabalho conjunto. Assim, sugere-se uma profunda intercomunicação entre os três pilares da pastoral da Igreja: a pastoral da evangelização, a pastoral da celebração e a pastoral social”, frisa.
Ainda ao abrigo do laboratório da Fraternidade foi salientada “a especial necessidade de recuperar o dinamismo comunitário”, promovendo a realização de retiros, espaços de aprofundamento espiritual, grupos de oração e reflexão, que envolvam especialmente os jovens e as famílias, “de modo a promover a paixão por Jesus Cristo, centro de toda a ação da Igreja”.
Por fim, a partir do laboratório da Esperança, o Conselho Pastoral Diocesano sugere ao bispo que constitua um grupo de trabalho que coordene uma série de ações pastorais a celebrar todos os meses e em todas as ilhas, “que evoquem o sentido da esperança cristã”.
De igual modo, propõe a
organização de uma “Aldeia da Esperança”, dirigida aos jovens, em
formato de acampamento, seguindo o modelo de Taizé, a decorrer no verão,
de preferência no Santuário do Senhor Santo Cristo da Caldeira, na ilha
de São Jorge, lugar de referência na diocese.
“Para melhor celebrar o
Jubileu da Esperança, o Conselho Pastoral propõe a criação de
Itinerários Jubilares em todas as ilhas, com lugares definidos para
peregrinações e romarias, especialmente de jovens, que evoquem a
esperança e a paz, numa dinâmica de Ecologia Integral, conforme os
últimos documentos do Papa Francisco - as Encíclicas Laudato Si e
Fratelli Tutti- e do papa Bento XVI, a encíclica Spe Salvi, sobre a
Esperança”, refere o comunicado.
O Conselho e o Bispo de Angra
congratularam-se com a forma como decorreram as eleições para o
Parlamento Europeu em Portugal, especialmente com o facto de terem sido
eleitos três açorianos para eurodeputados, manifestando a esperança que
estes “representem e defendam da melhor forma possível a nossa Região”.