Açoriano Oriental
Covid-19
Grau de transmissibilidade está abaixo de 1, mas pode subir com desconfinamento

O indicador que define o grau de transmissibilidade de infeção do novo coronavírus está “ligeiramente abaixo de 1,00”, informou hoje a ministra da Saúde, admitindo que as medidas de desconfinamento possam traduzir um aumento do risco.

Grau de transmissibilidade está abaixo de 1, mas pode subir com desconfinamento

Autor: Lusa/AO Online

“Sabemos que, com o alivio das medidas de confinamento, esse RT andará na casa do 1,00 e poderá ficar um pouco acima, e é natural que isso aconteça. Aquilo que precisamos de garantir é que este risco se mantém controlado”, afirmou Marta Temido.

Durante a habitual conferência de imprensa sobre a pandemia da covid-19, que deixa agora de ser diária, a ministra precisou que nos cinco dias anteriores a 11 de junho, o chamado RT se situava nos 0,97 para a região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se têm registado a maioria dos novos casos.

No entanto, Marta Temido sublinhou que, apesar dos valores estáveis, a situação epidemiológica em Portugal tem de continuar a ser acompanhada de perto, num momento marcado pelas medidas de desconfinamento para diversos setores.

Questionada sobre quais são os critérios que possam implicar um retrocesso na implementação dessas medidas, a ministra da Saúde explicou que devem ser considerados diversos fatores, nomeadamente o grau de transmissibilidade, o número de óbitos e a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Se durante vários dias o RT se mantiver acima de 1,00, se o número de óbitos se voltar a situar em números como aqueles que já tivemos no passado (…), se os serviços hospitalares e os serviços de cuidados de saúde primários começarem a registar uma procura que neste momento não se está a verificar, poderemos pensar em medidas de maior confinamento”, afirmou.

Marta Temido sublinhou, no entanto, que a reposição de algumas medidas de confinamento, caso seja necessária, não será “generalista”, como sucedeu em Portugal durante cerca de dois meses, mas direcionadas aos focos de contágio.

“Se há algo que já aprendemos com esta pandemia é que não vale a pena estar a aplicar medidas generalistas, quando os focos são muitos específicos e muito concretos. Temos sim que encontrar soluções que atendam a esses casos”, explicou, admitindo a necessidade de acautelar as consequências económicas da pandemia.

Marta Temido adiantou ainda que o SNS está, atualmente, a preparar-se para a “prova do inverno, em que confluirão gripe e, eventualmente, covid-19”, através da disponibilização de mais camas nas unidades de cuidados intensivos e da instalação dos ventiladores que têm chegado a Portugal.


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