Autor: Lusa/AO Online
"A muitíssimo curto prazo vamos aprovar o regime de privatização do BPN", declarou hoje o secretário de Estado no decorrer da sua intervenção numa conferência do Instituto de Direito Económico, Financeiro e Fiscal sob o tema "O Direito e a Economia um ano depois da crise: Que Lições? Que Perspectivas para o futuro?".
A declaração de Carlos Costa Pina surge depois de o presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) ter afirmado que acredita que o Governo irá anunciar brevemente a reprivatização do Banco Português de Negócios (BPN) bem como as condições em que esse processo irá ser feito.
Em declarações aos jornalistas na sexta-feira, Faria de Oliveira disse esperar que já não falte muito mais tempo para que o Ministério das Finanças revele como e quando a reprivatização será feita. A nacionalização do banco fez um ano no dia 2 de Novembro.
O presidente da CGD disse na altura que a Caixa "tem trabalhado no sentido de deixar o banco preparado para a reprivatização". O Estado já deu garantias ao BPN num valor superior a 3 mil milhões de euros.
Quanto a interessados no negócio, o Montepio Geral já manifestou o interesse numa eventual compra do BPN, sobretudo graças à rede de cerca de 200 balcões do banco nacionalizado que são complementares com as da associação mutualista, segundo Tomás Correia, presidente do Montepio.
O Montepio, no entanto, recusa ficar com a responsabilidade pelo "buraco" financeiro do BPN, que já recebeu perto de 3,5 mil milhões de euros em apoios de tesouraria da CGD.
O administrador delegado do BBVA Portugal, Alberto Charro, admitiu também na passada semana que a rede do BPN é uma oportunidade interessante para ganhar dimensão em Portugal, sendo no entanto necessário "conhecer a situação dos clientes".
No decorrer da conferência do Instituto de Direito Económico, Financeiro e Fiscal Carlos Costa Pina deixou ainda uma nota para outro banco português em dificuldades, o BPP.
"No BPP há a questão da constituição do fundo para [indemnizar os clientes dos] produtos de retorno garantido. Estamos todos à espera [que a administração constitua o fundo] desde 09 de Julho", disse o secretário de Estado.