Açoriano Oriental
Pescas
Governo quer limitar pesca de goraz e alfonsim para equilibrar reservas
O Governo dos Açores pretende introduzir restrições à pesca de goraz e de alfonsim para tentar equilibrar as reservas destas espécies no mar da região, revelou segunda-feira Marcelo Pamplona, subsecretário regional das Pescas.
Governo quer limitar pesca de goraz e alfonsim para equilibrar reservas

Autor: Lusa/AO online

"Definimos essas prioridades e, nesse sentido, o Governo Regional irá apresentar aos parceiros do setor uma portaria onde se fará a gestão das pescarias das espécies de profundidade", afirmou Marcelo Pamplona, em declarações aos jornalistas no final de uma reunião com armadores, pescadores e investigadores da Universidade os Açores onde esteve em análise a situação dos recursos da pesca no arquipélago.

No caso do goraz, que é a espécie de profundidade com maior valor comercial na região, o executivo vai propôr o aumento gradual do tamanho mínimo de captura, atualmente de 30 centímetros.

"Temos tido uma quebra na pesca do goraz e entendemos que uma das primeiras medidas a introduzir é a criação de algumas restrições para permitir a renovação da espécie", salientou Marcelo Pamplona.

Relativamente ao alfonsim, espécie cuja quota de pesca já terá sido atingida no final de julho, o executivo açoriano vai propôr que a sua captura seja interdita no próximo ano, permitindo, no entanto, que os pescadores possam continuar a pescar o imperador, espécie que tem quatro vezes mais valor comercial que o alfonsim.

O subsecretário regional das Pescas salientou que estas alterações serão apresentadas no âmbito de um "novo modelo de gestão" dos recursos piscatórios, baseado em tamanhos e pesos mínimos.

A Região vai também desenvolver com a Universidade dos Açores e em parceria com as associações da pesca um trabalho de investigação genética sobre o peixe-espada preto, que é outra espécie de profundidade com valor comercial.

"Queremos identificar se o 'stock' que existe é residente nos Açores, que nos permita defender uma quota própria para a região e não uma quota em conjunto com o continente", frisou Marcelo Pamplona.

Para o subsecretário regional, o grande desafio do setor é "pescar de forma mais inteligente, sustentável e seletiva", ou seja, capturando menos peixes, mas obtendo "mais valor comercial".

Os representantes dos pescadores e armadores saíram da reunião sem que os jornalistas tivessem tido oportunidade de ouvir a sua posição sobre estas questões, mas Marcelo Pamplona garantiu que os parceiros do setor "aceitaram, nesta fase, as propostas" do Governo, que vão agora analisar em detalhe.

As capturas de peixe efetuadas nos Açores este ano já renderam mais de 25 milhões de euros.

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