Açoriano Oriental
Governo enaltece atitude dos sindicatos com quem iniciou discussão do memorando
O Governo enalteceu hoje "a atitude de coragem" dos nove sindicatos que desconvocaram a greve de quatro dias na TAP, cujo efeito não se fez sentir, anunciando que começaram a ser debatidas as matérias que irão constar do memorando.
Governo enaltece atitude dos sindicatos com quem iniciou discussão do memorando

Autor: Lusa/AO Online

"O balanço que fazemos é bastante positivo. Verdadeiramente, não se sentiu o efeito da greve nos quatro dias. Conseguimos transportar 112.700 pessoas, muito próximo do nível de reservas inicial que existiu", afirmou aos jornalistas o secretário de Estado da Infraestruturas, dos Transportes e Telecomunicações, Sérgio Monteiro.

Sérgio Monteiro, que falava esta tarde no Ministério da Economia, em Lisboa, destacou que entre as "mais de 35 mil reservas perdidas", foram recuperadas mais de metade, minimizando assim o efeito financeiro da greve que representou uma perda de 6,5 milhões de euros para a companhia aérea.

Dos 1.141 voos previstos, foram quase todos realizados, à exceção daqueles aviões que não puderam descolar devido às condições climatéricas nos aeroportos de destino, nomeadamente, no norte da Europa.

Na quarta-feira, nove dos 12 sindicatos que inicialmente tinham anunciado uma greve contra a privatização da empresa desconvocaram a greve, depois de terem assinado um memorando com o Governo, que aceitou discutir com os representantes dos trabalhadores as condições para manter a TAP em Portugal por dez anos após a privatização.

Os sindicatos nacionais dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) e do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) e o dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) mantiveram o pré-aviso de greve para os dias 27, 28, 29 e 30 de dezembro, em protesto contra a privatização do grupo TAP relançada pelo Governo em novembro.

Sérgio Monteiro aproveitou para anunciar que os nove sindicatos subscritores do memorando estiveram hoje no Ministério daa Economia, naquela que foi a primeira de várias reuniões com a tutela no âmbito da discussão do memorando.

"O memorando que nós assinámos não é letra morta nem um pretexto para terminar a greve. Há já reuniões agendadas na próxima semana e trabalho que está a ser feito", disse o secretário de Estado.

Sérgio Monteiro frisou que "as preocupações dos sindicatos são as preocupações do Governo", prometendo que o executivo tudo fará para que os postos de trabalho sejam assegurados.

"Aquilo que queremos é que a TAP cresça. Se a TAP crescer não há razão para despedir, mas para contratar. A privatização implica imediatamente para os trabalhadores da TAP que os cortes salariais a que estão sujeitos, desapareça. Há, imediatamente, uma valorização salarial dos trabalhadores. Se conseguirmos ter mais aviões e mais rotas, precisaremos de mais pessoal. Se a empresa crescer haverá mais trabalho", sublinhou.

Sérgio Monteiro lembrou que "o ponto relativo ao despedimento coletivo e ‘lay off' faz parte de um conjunto de outros pontos que se procura acautelar, em situações de fusão ou de aquisição".

"A nossa aproximação geral é tentar que todas as outras vias sejam esgotadas até que se chegue ao despedimento coletivo e esse princípio deve ficar vertido no caderno de encargos" que o Governo pretende levar a Conselho de Ministros a 15 de janeiro.

Nesse sentido, o executivo colocou como data limite de reuniões do grupo de trabalho com os sindicatos até dia 13 de janeiro, "para uma proposta de consenso entre as partes, para que aquilo que resultar do acordo possa ser incluído no caderno de encargos", referiu ainda o responsável.

Questionado sobre o capital de que a TAP precisa para ultrapassar os problemas financeiros, Sérgio Monteiro assinalou que a transportadora "precisa sempre de um montante de capital que num cenário ideal deve ser superior a 300 milhões de euros, num horizonte temporal de médio prazo".

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