Açoriano Oriental
Função Pública
Governo e sindicatos reúnem-se pela última vez sem acordo à vista
O Governo e as estruturas sindicais da Função Pública voltam a sentar-se à mesa das negociações esta terça-feira para discutir os aumentos salariais para 2009 mas a obtenção de um acordo parece impossível para os sindicatos.

Autor: Lusa/AOonline
A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP), a Frente Sindical da Administração Pública (UGT) e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (UGT) disseram à agência Lusa que têm poucas expectativas de que o Governo lhes apresente nesta última ronda negocial uma contra-proposta que vá além dos 2,9 por cento.

    O Ministério das Finanças confirmou hoje à Lusa que as negociações salariais terminam hoje, sem prejuízo de poder haver uma negociação suplementar, por iniciativa sindical, mas não adiantou pormenores quanto ao conteúdo da reunião.

    "A Frente Sindical da Administração Pública pediu esta reunião extraordinária e nós vamos comparecer para ver se há evolução na proposta do Governo, mas não temos grandes esperanças", afirmou Luis Pesca, dirigente da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública.

    A Frente Comum (CGTP) reivindica um aumento de 5 por cento para 2009 e um aumento intercalar de 0,9 por cento para colmatar o poder de compra perdido em 2008.

    Segundo Luis Pesca, esta estrutura sindical "vai manter a sua proposta porque o Governo também tem mantido a sua" embora esteja disponível para a baixar caso o Ministério das Finanças avance com uma nova contra-proposta.

    "A Frente Sindical da Administração Pública (FESAP)não tem expectativas de que o Governo altere a sua posição mas tudo pode acontecer", disse à Lusa o secretário-coordenador da FESAP (UGT), Nobre dos Santos.

    Nobre dos Santos admite pedir a negociação suplementar, como faz sempre, para esgotar todas as possibilidades negociais.

    A Frente Sindical da Administração Pública (FESAP) apresentou inicialmente ao Governo uma proposta de aumentos de 3,5 por cento mais a recuperação dos 0,9 por cento perdidos ao longo de 2008 mas na última ronda negocial deixou cair a reivindicação dos 0,9 por cento.

    O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), que inicialmente reivindicava aumentos de 4 por cento, também já baixou a sua proposta sucessivamente para 3,5 e 3,4 por cento.

    "A nossa intenção era mostrar que a negociação é feita pela aproximação de posições, mas o Governo não alterou a sua proposta ", disse à Lusa o presidente do STE (UGT), Bettencourt Picanço.

    "Por isso as perspectivas para esta última reunião não são as melhores, mas ainda temos uma pequena esperança de que o Governo altere a sua postura", afirmou o sindicalista, que admite pedir a negociação suplementar para confrontar o governo com a sua "incapacidade negocial".

    O Governo tem mantido a sua proposta de aumentos de 2,9 por cento mas subiu 4 cêntimos no aumento do subsídio de refeição (para 4,27 euros).

    Os funcionários públicos tiveram este ano um aumento salarial de 2,1 por cento, que era o valor que o Governo previa para a taxa de inflação, mas na proposta de Orçamento do Estado para 2009, o Executivo estima agora chegar ao final do ano com uma taxa de 2,9 por cento.
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