Autor: Lusa/AO Online
“As metas a que se propõe o conselho de administração são de estabilizar não só a operação da SATA, mas também de alguma regeneração financeira do grupo que lhes permita, no ano de 2019 e 2020, estabilizar esta regeneração e, em 2021, obter já resultados positivo”, disse Ana Cunha em declarações aos jornalistas.
A titular pela pasta dos Transportes do governo açoriano foi ouvida pela Comissão Eventual de Inquérito ao Setor Público Empresarial Regional e Associações sem Fins Lucrativos Públicas, onde afirmou que "há várias medidas para o alcance destas metas que já estão em curso".
Segundo a governante "o aumento do preço dos combustíveis, prejuízos resultantes das greves e constrangimentos na operação devido a problemas de operação" levaram "a uma exteriorização dos resultados operacionais".
“O importante é que o diagnóstico esteja feito em relação ao que se passou por forma a que se possa ultrapassar aquilo que foram as causas dos resultados apresentados”, sustentou Ana Cunha.
De acordo com a secretária regional, “existem já procedimentos em curso, como a renovação da frota e ainda melhorias que serão realizadas nos sistemas de gestão das tripulações e até na contratação de novas tripulações”.
“As medidas terão de ser apresentadas a breve trecho, mas existem medidas que já estão em curso, nomadamente a renovação da frota”, reforçou.
Aos deputados da comissão, a governante disse ainda que, à data de 31 de dezembro do ano passado, o Governo regional reconhece uma dívida de 27 milhões de euros.
Ainda de acordo com a secretária regional dos Transportes, em 2018 e “até à presente data, foram já pagos 49 milhões de euros, dos quais 39,8 milhões de euros relativos às Obrigações de Serviço Público Interilhas e à Gestão de Aeródromos e ainda 9,3 milhões de euros para aumento do capital social".
No corrente ano, foram já transferidos para o Grupo SATA aproximadamente mais 14 milhões de euros do que em 2017, acrescentou.
O deputado do PSD/Açores, António Vasco Viveiros, lamentou não ter havido “qualquer esclarecimento da governante quer quanto às causas da situação da SATA e dos prejuízos, nem tão pouco” ter sido “apresentada qualquer medida que possa inverter a situação”.
“Vamo-nos debruçar sobre a questão da alienação de 49% da alienação do capital da Azores Airlines e vamos solicitar que seja apresentada à comissão a proposta apresentada pela Icelandair para um esclarecimento e um acompanhamento do que se está a passar”, adiantou.
Do Partido Popular Monárquico (PPM), Paulo Estêvão, referiu que "a audição foi pouco esclarecedora", alegando que a governante “não conseguiu enunciar um conjunto de medidas que o governo tem preparado juntamente com a empresa para solucionar os problemas” da SATA.
“Este ano, só no primeiro semestre, já vamos com 32 milhões de prejuízos. Há um mau planeamento”, apontou.
O deputado do Bloco de Esquerda (BE), Paulo Mendes, sustentou ser “importantíssimo esclarecer todo este processo de semi privatização da Azores Airlines e que passa por chamar a comissão de acompanhamento desta semi privatização” e solicitar “o estudo elaborado e que conduziu ao processo” de alienação de 49% do capital social da Azores Airlines.
O deputado do PS/Açores Francisco César sublinhou que o partido "compreende que a SATA hoje tem problemas estruturais que há que resolver, nomeadamente ao nível de um conjunto de prejuízos que ainda prevalecem", esperando que "com as medidas que vão ser tomadas a situação da SATA possa melhorar".
"Vamos ouvir o presidente do conselho de administração da SATA a nosso pedido em breve para retirar qualquer dúvida que possa existir sobre o futuro da SATA e a privatização, mas com o recato sensato”, frisou.
Números divulgados na segunda-feira revelam que o grupo SATA SGPS teve, no segundo trimestre deste ano, um prejuízo de mais de 38 mil euros e a operação da SATA Internacional perdas de 28 milhões de euros.