Açoriano Oriental
Governo dos Açores diz que tem de investir sozinho em estação geodésica das Flores

Os parceiros internacionais dos Açores na Rede Atlântica de Estações Geodinâmicas e Espaciais (RAEGE) perderam o interesse na estação geodésica nas Flores, pelo que o investimento terá de ser feito pela região, revelou o Governo Regional.

Governo dos Açores diz que tem de investir sozinho em estação geodésica das Flores

Autor: Lusa/AO Online

“Nas Flores, a região pretende aumentar as funcionalidades dentro das possibilidades financeiras, porque não há interesse dos parceiros internacionais na ilha das Flores. Terá de ser a região a assegurar, sozinha, o aumento das capacidades da estação da ilha das Flores”, disse o subsecretário regional da Presidência do executivo açoriano.

Faria e Castro falava no plenário da Assembleia Legislativa Regional, que começou hoje na cidade da Horta, respondendo a questões feitas por Alexandra Manes, deputada do BE, no âmbito de uma sessão de perguntas ao governo sobre a ilha das Flores, agendada a pedido da Iniciativa Liberal.

“Não há qualquer desinteresse da região [na estação geodésica das Flores]. Há é uma dificuldade diferente da da ilha de Santa Maria: na ilha das Flores, terá de ser a região a assumir o encargo”, explicou Faria e Castro.

O governante lembrou que a RAEGE “funciona com base num memorando da região com o Instituto Geográfico Nacional de Espanha” que levou, em 2017, à instalação de uma estação geodésica em Santa Maria.

“Nas Flores, foi por interesse da região que foram instalados alguns equipamentos com o objetivo de também montar uma antena igual à de Santa Maria. A de Santa Maria foi paga pelos espanhóis, a região assumiu encargos quase nulos até agora”, observou Faria e Castro.

A estação da ilha de Santa Maria da Rede Atlântica de Estações Geodinâmicas e Espaciais (RAEGE) foi inaugurada em maio de 2015 tendo em vista a realização de estudos com aplicações em áreas como a proteção civil ou a indústria espacial.

Na ocasião, a estação da ilha de Santa Maria era uma das quatro estações que integram a RAEGE e a segunda que estaria em funcionamento, depois de ter sido inaugurada a de Yebes, Gualajara, Espanha.

Previa-se, então, que a terceira estação ficasse no arquipélago das Canárias (Espanha), em construção, e a quarta na ilha das Flores, nos Açores, com conclusão prevista para 2017, segundo informação revelada em 2015 à agência Lusa pelo Governo Regional açoriano.

A construção destas estações para realização de estudos de astronomia, geodesia e geofísica resultou de um protocolo entre o Governo dos Açores e o Governo espanhol, através do Instituto Geográfico Nacional de Espanha, assinado em 2010, e que previa um investimento global de 25 milhões euros, cofinanciados por fundos europeus.

A estação de Santa Maria, equipada "com tecnologia de ponta, única no país", inclui um radiotelescópio VLBI (interferometria de base muito longa).

Trata-se de uma antena de 13 metros de diâmetro que terá capacidade para monitorizar, por exemplo, o movimento das placas tectónicas e o posicionamento de estações espaciais ou medir a orientação e rotação da terra em relação às estrelas.

Os dados recolhidos por esta estação são considerados essenciais para detetar movimentos associados, por exemplo, a sismos, sendo a tecnologia que hoje mede com maior precisão esse tipo movimentos.

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