Autor: Ana Carvalho Melo
O Grupo SATA estima uma poupança com impacto imediato de, pelo menos, cerca de 1,6 milhões de euros (ME), com o fecho das lojas de venda.
O valor é revelado pelo Governo Regional, em resposta a um requerimento apresentado pelo Partido Socialista na Assembleia Legislativa Regional.
“A estimativa de poupanças e ganhos com esta medida tem um impacto imediato de, pelo menos, cerca de 1,6 milhões de euros”, afirma o documento, que explica que, além destes impactos financeiros passíveis de serem quantificados, importa considerar que a reorganização dos canais de venda e a reafetação dos recursos humanos conduzirá a impactos financeiros muito positivos, ainda difíceis de quantificar, mas que certamente se concretizarão, tanto do lado da receita como da redução de despesa.
Quanto aos 18 colaboradores afetos às lojas, é revelado que a empresa “desenvolveu todas as diligências e os melhores esforços para informar, de forma prévia e em tempo útil”, sobre a intenção de proceder à reorganização dos canais de venda e ao consequente encerramento das lojas.
Dos 18 colaboradores, sete ficaram afetos ao serviço de Contact Center; seis colaboradores foram afetos às lojas dos aeroportos; um colaborador foi realocado ao serviço de Customer Care; e quatro colaboradores foram deslocados para outras áreas com necessidade de recrutamento.
Acrescenta-se ainda que não se verificou qualquer decréscimo ou aumento nas condições financeiras dos 18 colaboradores.
Na resposta a este requerimento, fica também esclarecido que “atendendo à necessidade imperiosa de melhorar o serviço prestado pela SATA na área do Contact Center e no Customer Care, a não reorganização dos recursos afetos aos canais de venda e a consequente não reafetação dos 18 colaboradores teria obrigado à contratação externa de um volume significativo de trabalhadores para suprir as deficiências destes serviços, o que a empresa não se encontra em condições económicas e financeiras de fazer.
Considerando as condições remuneratórias dos 18 colaboradores em questão, a reafetação de recursos permitiu assegurar uma poupança de, pelo menos, 550 mil euros por ano”.
Sobre o destino a
dar às lojas próprias da SATA, nomeadamente os imóveis onde estavam
localizadas as lojas de Santa Maria, do Pico e do Faial, o Governo
revela que o objetivo é vendê-los, de modo a evitar futuros custos de
manutenção e garantindo uma receita adicional imediata.
Governo e presidente da SATA faltam à verdade
O deputado do PS, Carlos Silva, considera que o Governo Regional e o presidente do Conselho de Administração da SATA/Azores Airlines “faltaram à verdade” na anunciada poupança de 1,6 milhões de euros resultante do encerramento das lojas da companhia aérea nos centros urbanos.
Para Carlos Silva, os dados apresentados pelo Governo
Regional, em resposta ao requerimento do PS, são “parciais e pouco
isentos”, sendo claro que “a única poupança possível resulta do fim do
pagamento das rendas e dos encargos mensais, cujo valor total anual
ronda os 115 mil euros, cerca de 8% dos tais 1,5 milhões de euros
apregoados”.
Acrescenta ainda que “é falso que exista qualquer
poupança com os 18 colaboradores, uma vez que estes permanecem - e bem -
como funcionários do grupo SATA” ou que “ a venda das lojas gere uma
poupança anual média por loja de 200 mil euros”.