Açoriano Oriental
Faro ganha turistas à boleia das "low cost"
A nova base da companhia aérea irlandesa de baixo custo (low cost) Ryanair foi inaugurada há apenas meia dúzia de meses em Faro, mas autarcas, comerciantes e operadores consideram que já se notam as diferenças na cidade.
Faro ganha turistas à boleia das "low cost"

Autor: Lusa / AO online

A Entidade Regional do Turismo do Algarve (ERTA) tem registado um aumento na ocupação hoteleira da capital algarvia e na restauração nos últimos meses, assim como no número de pedidos de informação nos Postos de Turismo localizados na Baixa da cidade e no Aeroporto de Faro.

“Faro veio beneficiar com este fenómeno. As novas rotas “low cost” estão a ajudar de forma determinante a restauração e a hotelaria da capital do Algarve, trazendo todos os dias muita gente dos países Benelux - Bélgica, Holanda e Luxemburgo -, mas também britânicos, irlandeses, franceses e dinamarqueses”, admitiu o presidente da ERTA Nuno Aires.

O presidente da Câmara de Faro, Macário Correia, concorda que existe uma nova “invasão de turistas” à capital algarvia que chegam avião através das companhias aéreas de baixo custo, conhecidas também pela palavra inglesa “low cost”.

“Tenho ouvido pela janela, quando trabalho no meu gabinete, muitos idiomas estrangeiros. A cidade está com mais gente e quem ganha é a hotelaria e a restauração e isso é bom para a cidade”, constatou o autarca.

O Algarve sempre foi conhecido por receber milhares de turistas, mas a capital Faro nunca se afirmou como destino de férias, servindo apenas de placa giratória regional onde os visitantes chegam ao Aeroporto Internacional e distribuem-se de imediato para as paradisíacas praias e empreendimentos turísticos.

A tradição de Faro ser uma placa giratória regional está a mudar e várias autoridades locais da cidade e proprietários de hotéis e restauração assim o afirmam.

No albergue “Low Cost Inn”, localizado na Baixa da cidade farense, as dormidas aumentaram mais de cinco por cento em relação ao ano passado, conta Hélio Ferreira, à frente do balcão daquela unidade hoteleira.

Os turistas que ali chegam são “de todas as idades e de todas as classes”, sustenta Hélio Ferreira. Desde médicos a arquitetos, passando por estudantes. No inverno são 70% polacos e 50% alemães que ali vão pernoitar, mas no verão os franceses, espanhóis, americanos, chineses, indianos, marroquinos ou australianos completam o ramalhete naquele albergue multilingue.

Também na Pousada da Juventude de Faro a taxa de ocupação aumentou em cinco por cento em relação ao ano transato, e os “novos” turistas que chegam àquela unidade para pernoitar são muitos deles jovens oriundos do Porto, cidade que também tem uma base da Ryanair, e que vêm fazer mergulho para a região.

Segundo os dados da ANA Aeroportos, o tráfego “low Cost” no Aeroporto de Faro trouxe entre janeiro a agosto deste ano 3 650 milhões de passageiros, mais 157 mil pessoas do que em 2009, ano que se registou a visita de 3 493 milhões.

Em março de 2010, a Ryanair aumentou o número de rotas e atualmente conta com 30 rotas, disse Joana Henriques, relações públicas daquela “low cost”.

O presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, afirma também que as “low cost” são soluções novas para fazer face à concorrência de outros destinos turísticos.

Elidérico Viegas salienta, no entanto, que mais turistas não significa uma maior taxa de ocupação hoteleira, recordando que muitos turistas que chegam à capital algarvia têm segundas residências no Algarve, ou estão apenas em trânsito na capital algarvia.

A Ryanair iniciou operações em Faro em 2003 com apenas uma rota – Faro/Dublin –, tendo nesse ano transportado 14 951 passageiros, mas em 2009, a low cost já havia transportado 543.832 passageiros, informou aquela operadora irlandesa.

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