Autor: Lusa/AO Online
Para a eternidade, para os portugueses, Eusébio virou ‘rei’ em 1966, quando se sagrou melhor marcador do Mundial, com nove golos, levando o estreante Portugal ao ‘bronze’, mas foi um ano antes que foi ‘coroado’ o melhor da Europa.
A capa do France Football n.º 1033, de 28 de dezembro de 1965, tem no centro da capa Eusébio, anunciado como “Ballon D’Or 1965”, com uma fotografia do ‘Pantera Negra’ nos festejos do título europeu de 1962, na final com o Real Madrid (5-3).
“Um diabo estragado pelo Deus bom” é o título do texto em que o jornalista português Couto e Santos apresenta Eusébio aos leitores do France Football, num texto em que se fala do “lado humano” e de “Eusébio, futebolista”.
A época 1964/65 é a que pesa mais na decisão e, nessa temporada, Eusébio, então com 22 anos, foi um ‘gigante’, sagrando-se melhor marcador do campeonato nacional e da Taça dos Campeões Europeus e levando às ‘costas’ a formação das ‘quinas’ a Inglaterra, para a sua primeira fase final.
Ao serviço do Benfica, Eusébio sagrou-se campeão nacional, com 28 golos em 20 jogos, e vice-campeão europeu, com nove em nove, mas nenhum na final, que o Benfica perdeu por 1-0, com o Inter Milão, que jogou em casa, em San Siro.
O ‘Pantera Negra’ destacou-se na principal prova europeia de clubes e também na fase de qualificação para o Mundial de 1966, conseguindo, praticamente a solo, colocar Portugal numa fase final, depois de muitos anos de espera.
Eusébio marcou três golos no 5-1 à Turquia, apontou o único tento no triunfo por 1-0 no terreno dos turcos e por 1-0 na Checoslováquia e, não satisfeito, ‘bisou’ na receção à Roménia (2-1), ‘colocando’ Portugal em Inglaterra.
Todos estes feitos, todos estes golos, conduziram o ‘Pantera Negra’ à primeira ‘Bola de Ouro’ da história do futebol luso, numa votação levada a cabo por 21 jornalistas de outros tantos países europeus.
Eusébio totalizou 67 pontos, ao ser eleito por nove (de Portugal, Alemanha, Inglaterra, Dinamarca, França, Grécia, Suécia, Checoslováquia e União Soviética) como o melhor do ano (9x5), por três o segundo melhor (3x4), por outros três o terceiro (3x3) e por um o quinto (1x1).
Aquele que viria a ser o número ‘13’ dos ‘magriços’ no Mundial de 1966 superou dois jogadores do Inter Milão, que o haviam batido na final da Taça dos Campeões: Giacinto Fachhetti foi segundo, com 59 pontos, e Luis Suarez terceiro, com 45.