Açoriano Oriental
Escultor português vence "Prémio do Público" na 6.ª Bienal de Montreux, na Suíça

A obra “Labirinto dos Sentidos”, do escultor setubalense Pedro Marques, recebeu este sábado o prémio do público na 6.ª Bienal de Montreux, numa cerimónia realizada na Montreux Art Gallery (MAG), no Centro de Congressos de Montreux, Suíça.


Autor: AO Online/ Lusa

Pedro Marques foi um dos 32 artistas selecionados para expor uma das suas obras na 6.ª Bienal de Montreux, onde estiveram expostas 31 peças de artistas da Suíça, França, Bélgica, Israel e Portugal.

O evento cultural destinado aos escultores decorreu entre 29 de agosto e 20 de outubro nas margens do Lago Léman, na cidade de Montreux e a cerimónia da entrega dos dois prémios, “Prémio do Júri” e “Prémio do Público” realizou-se hoje na MAG.

A obra de Pedro Marques é uma peça que mede cerca de 4 metros de altura e pesa 80 quilos e que o escultor chama “Labirinto dos sentidos”.

“O meu maior desafio foi tentar construir uma peça que não fosse muito pesada para que não dificultasse o transporte”, disse à Lusa o artista, esclarecendo que o transporte se efetuou por via terrestre, num atrelado da sua própria carrinha.

Tendo como inspiração a Terra, o Mar e as Pessoas, a obra “Labirinto dos Sentidos” representa um labirinto porque, segundo o artista, o mundo do vinho e das vinhas é “um verdadeiro labirinto”.

“Quando produzimos vinho, nunca sabemos o resultado final do nosso trabalho e, no fundo, procuramos o brilho, que é o resultado na nossa colheita”, afirmou o artista.

A maior parte das obras do escultor são fabricadas com materiais reciclados, em que o artista alia a criatividade ao reaproveitamento de materiais, sendo o ferro o que mais utiliza.

“Vou todos as semanas ao sucateiro, compro e transformo”, salientou o escultor.

“Este prémio representa muitas horas de trabalho”, disse, salientado que grande parte do mérito vai para a comunidade portuguesa que votou na sua obra.

“No fundo quem ganhou foi o voto, e o voto foram todos quantos votaram na minha obra”, declarou.

Marie-Hélène Heusghem, diretora da MAG e organizadora da 6.ª Bienal afirmou que Pedro Marques venceu com 40% dos votos e que a obra que trouxe até Monteux estava perfeitamente em acordo com a região, visto que Lavaux é uma região vinhateira considerada património mundial da UNESCO em 2007.

“Pedro Marques apresentou um dossiê muito interessante, com uma temática ligada ao vinho, o que no meu ponto de vista terá certamente jogado a favor dele no voto do público”, declarou.

A obra de Pedro Marques veio para a Suíça em agosto, aquando da inauguração da Bienal e ficará exposta nas margens do lago Léman durante os dois próximos anos, até à próxima edição da Bienal de Montreux, em agosto de 2021.



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