Empresa Momentos Felizes - Senior Care é constituída por
três respostas sociais: uma estrutura residencial para idosos, que será
inaugurada na próxima terça-feira, dia 9 de março, um centro de dia e um
serviço de apoio ao domicílio.
Como irá funcionar a Momentos Felizes - Senior Care?
Fernanda: No caso da residência, trata-se de algo diferente do habitual, porque é um empreendimento composto por apartamentos T0 e T1 que ficam inseridos num empreendimento residencial. Normalmente, os lares estão num edifício isolado e vamos inaugurar um espaço que está inserido num edifício com outros moradores.
O centro de dia também é diferente. Enquanto as respostas que existem funcionam de segunda a sexta, num horário muito limitado, o nosso irá dar resposta de segunda a domingo, das 7h30 às 19h30. O nosso modelo de atividades também é diferente, porque vamos ter aulas de grupo desenvolvidas por um animador, contando também com um fisioterapeuta, um terapeuta ocupacional, um professor de educação física, psicóloga, etc. O nosso intuito é que haja estimulação cognitiva e motora e, acima de tudo, convívio e ocupação.
Qual é a vossa taxa de ocupação até ao momento?
Dário: Nesta fase inicial, temos vagas para 20 clientes na residência assistida, 20 para o centro de dia e 20 para o serviço de apoio ao domicílio, mas no futuro queremos aumentar para 30 as vagas no lar. E vamos inaugurar no dia 9 de março a residência assistida com uma taxa de ocupação de 40%.
Gostava de salientar que também temos a possibilidade de reservar ao dia um apartamento para idosos por parte de pessoas que precisam de viajar e não têm onde deixar os familiares.
Fernanda: E é interessante porque, pela primeira vez, estou a ver pessoas ansiosas por ir para um lar de idosos. A verdade é que a nossa adaptação acontece de maneira diferente dos restantes lares. Temos feito uma preparação com as famílias e temos idosos que já estão há cerca de duas semanas a levar pertences para o seu espaço, isto é, desde fotografias, plantas, a sua televisão, etc., o que facilita a transição para um espaço que é seu. E o feedback que as famílias nos têm dado é que os idosos sentem apenas que estão a mudar de casa.
Qual é o vosso público-alvo?
Fernanda: Estamos a atrair clientes mais autónomos que também por isso são mais exigentes e interessados em participar nas atividades.
Dário: Como é evidente , tendo em conta que estamos a falar de uma resposta que não tem qualquer tipo de comparticipação da Segurança Social, porque é totalmente privada, estamos a falar de um segmento mais elevado.
No entanto, o que temos evidenciado, principalmente no centro de dia, é que têm aparecido idosos dos vários estratos sociais, até porque temos preços para isso. Por vezes, pode o idoso não ter a capacidade financeira para pagar o serviço, mas os familiares ajudam a comparticipar para o bem-estar dessa pessoa.
Estamos a falar de preços?
Dário:
Com a nossa campanha de abertura, a residência assistida começa nos
1.275 euros até ao teto máximo de 2.900 euros, com tudo incluído, até
mesmo que a pessoa fique mais dependente. Já no centro de dia, temos
preços desde os 225 euros até ao máximo de 730 euros, que engloba
comida, médico, transporte, etc.
Como veem a rede de apoio aos idosos na Região e o que propõe fazer diferente?
Fernanda: Em todas as respostas sociais que existem, quer públicas quer privadas, nota-se a falta de vagas para a procura que existe. No nosso caso, sentimos que havia um grande segmento da população que estava à espera de algo diferenciador. E inclusivamente já recebemos contactos de idosos de outras ilhas, como Santa Maria e Terceira, completamente autónomos e que querem passar o resto da sua vida numa residência assistida, mas não se reveem em nenhum lar existente na Região.
Dário: A resposta pública tem algumas limitações. Em termos de centros de dia, os horários são muito restritos e as famílias já não têm o horário de trabalho tradicional, por isso é que vamos apostar nesta vertente.
Nos lares,
há vários pontos que têm vindo a melhorar, mas ainda há problemas nos
serviços prestados, não há muito cuidado humanizado, as próprias
infraestruturas não estão atualizadas e não há o apoio psicossocial
necessário. É por isso que a palavra “lar” tem sempre uma conotação
muito negativa e é isso que tentamos combater.