Açoriano Oriental
Ecologistas pedem controlo de acessos a alguns locais nos Açores com chegada de 'low cost'
O presidente da Associação Ecológica Amigos dos Açores considera fundamental haver um controlo nos acessos aos locais da região com "sensibilidade mais acentuada" perante a entrada das 'low cost' nas ilhas e o previsível aumento de turistas.

Autor: AO/Lusa

 

Embora "ainda exista um certo desconhecimento do impacto que possa advir do aumento das visitas, principalmente naquelas ilhas com voos diretos em regime 'low cost'", Diogo Caetano considera fundamental haver um controlo nos acessos aos locais com "uma sensibilidade mais acentuada", para evitar qualquer tipo de prejuízos na natureza.

"Não é ter apenas regras bem definidas, mas também pô-las em prática e verificá-las. Assegurar que a capacidade de carga de um determinado monumento natural, caso da Caldeira Velha [na Ribeira Grande, em São Miguel] ou de uma cavidade vulcânica, ser efetivamente validada a cada dia que passa e a cada momento que recebe visitas, no sentido de se balizar aquele número de pessoas que podem ser admitidas simultaneamente ou ao longo de um dia", afirmou, em declarações à agência Lusa.

Diogo Caetano referiu que este tipo de regras já se aplica, por exemplo, no ilhéu de Vila Franca do Campo ou na Gruta do Carvão, dois locais da ilha de São Miguel.

Para além de um "grande planeamento" e uma "grande prevenção", Diogo Caetano insistiu em que é necessária também uma "boa regulação".

"Porque se tivermos só medidas preventivas que depois não sejam validadas aquando da visitação propriamente dita, também poderemos estar a ameaçar alguns dos locais na sua integridade ecológica, geológica e biológica", afirmou.

O presidente da associação ecologista defendeu, por isso, que em todos os locais com "uma sensibilidade mais acentuada", nomeadamente "as áreas protegidas, caso dos trilhos pedestres e monumentos naturais", a visitação seja feita de "modo regrado" e disponibilizando aos turistas "informação suficientemente adequada nas mais diversas linguagens" e "na maior ética possível relativamente às questões ambientais".

A 29 de março entra em vigor um novo modelo ligações aéreas nos Açores que, entre outros aspetos, liberaliza as rotas entre duas ilhas (São Miguel e Terceira) e o continente.

Por causa disso, as chamadas 'low cost' (companhias aéreas de baixo custo) começam a voar para os Açores (para Ponta Delgada, São Miguel) em abril, havendo também um aumento global da oferta de voos para o arquipélago por parte de todas as transportadoras.

A expetativa é que as novas ligações aéreas levem ao aumento substancial do número de turistas nos Açores, destino associado à natureza.

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