Açoriano Oriental
Amazónia
Ecologistas defendem em Lisboa "posição ativa" de Portugal

A dirigente do Eco Roots Sandra Barbosa, movimento que esta sexta feira à noite organizou uma vigília em Lisboa, defendeu uma "posição ativa" dos líderes políticos portugueses sobre a Amazónia e responsabilizou o Presidente brasileiro pela autorização de queimadas.

Ecologistas defendem em Lisboa "posição ativa" de Portugal

Autor: AO Online/ Lusa

"Gostaríamos muito de ver os nossos representantes a tomarem uma posição ativa. Sabemos que Jair Bolsonaro pode vir a Portugal em 2020, mas não creio que seja uma pessoa muito bem-vinda, e esperemos que o Presidente e o primeiro-ministro tomem uma posição ativa perante o que está a acontecer", disse Sandra Barbosa em declarações à Lusa durante a vigília que, pelas 22:30, tinha reunido cerca de 200 pessoas na Praça dos Restauradores.

"A Amazónia não é só do Brasil, é património mundial, todos precisamos dela, não é sequer só dos países que compõem a bacia do Amazonas, e o que está a acontecer é um ecocídio e tem o total aval do Presidente Bolsonaro", criticou a ambientalista.

Sandra Barbosa acrescentou que “é preciso quebrar este silêncio, dar voz à Amazónia, dar voz aos animais que lá estão a morrer, às árvores que estão a ser queimadas, aos indígenas que estão a ver as suas terras roubadas e ocupadas, e mostrar que Portugal também se preocupa com essa situação".

Para a dirigente, a situação que decorre na Amazónia há mais de duas semanas só ganhou dimensão quando o fumo cobriu os céus de São Paulo e expôs a verdadeira dimensão dos incêndios.

"As imagens estavam a correr, os vídeos eram de facto alarmantes e horríveis, mas mesmo no Brasil não havia eco da situação, foi preciso que as repercussões se fizessem sentir, fazendo noite do dia em São Paulo e não fosse mais possível esconder. Sim, sabemos que é época de incêndios na Amazónia, mas quando se dá o aval a que se façam queimadas nesta altura é pior ainda e a Amazónia tem mais 83% de incêndios em comparação com o ano passado, e isto não é acidental", considerou a ecologista.

O número de incêndios no Brasil aumentou 83% este ano, em comparação com o período homólogo de 2018, com 72.953 focos registados até 19 de agosto, sendo a Amazónia a região mais afetada.

A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta.

Tem cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).

O Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou para que os incêndios na Amazónia sejam discutidos na cimeira do G7, que se realiza este fim de semana, em Biarritz, sudoeste de França, por se tratar de uma "crise internacional”.

Participam na cimeira os líderes da Alemanha, Canadá, Estados Unidos da América, França, Itália, Japão e Reino Unido.

Também o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, se mostrou "profundamente preocupado" com os incêndios numa das “mais importantes fontes de oxigénio e biodiversidade”, referindo que a Amazónia “deve ser protegida”.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) brasileiro anunciou que a desflorestação da Amazónia aumentou 278% em julho, em relação ao mesmo mês de 2018.



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