Autor: Lusa/AO Online
O alerta consta de um relatório de especialistas mundiais em saúde pública divulgado na última edição da revista "Health Affairs" e segundo o qual o custo dos tratamentos nos países em desenvolvimento triplicará para 35 mil milhões de dólares em 2031, quando a epidemia de sida cumprir meio século.
Segundo as suas projecções, poderá haver mais de um milhão de novos casos anuais de infecção com o vírus da imunodeficiência humana (VIH). Actualmente há 33 milhões de pessoas no mundo infectadas com este vírus, responsável pela sida (síndrome da imunodeficiência adquirida).
Para Robert Hecht, co-autor do trabalho, este desafio pode também ser uma ocasião de "fazer mais com menos", e de salvar mais vidas através da eliminação de desperdícios e da optimização de medidas de prevenção e tratamento mais eficazes.
"Estamos confrontados com uma crise enorme", disse este economista, que é director do Instituto Resultados para o Desenvolvimento, com sede em Washington.
Entre as medidas preconizadas para fazer baixar a factura dos tratamentos, Robert Hecht cita como exemplo a possibilidade de recorrer a uma enfermeira em vez de um médico para certos cuidados de saúde.
No campo da prevenção, poderiam concentrar-se esforços e recursos humanos nas medidas que provaram ser eficazes e renunciar às de utilidade duvidosa, sugere.
No sudeste do continente africano, a circuncisão é um procedimento que vários estudos consideram importante para impedir a transmissão do vírus da sida.
Todavia, a maioria dos homens jovens e adultos não é circuncidada nesta região de África, onde a taxa de infecção é muito elevada, sublinhou Robert Hetch.
Outra medida eficaz, segundo o investigador, seria tratar as mulheres grávidas seropositivas com medicamentos que permitam impedir a transmissão da infecção ao filho.
Este relatório, tal como uma série de outros artigos de especialistas em saúde pública publicados na edição de Novembro/Dezembro revista Health Affairs, é financeiramente apoiado pela Fundação Gates.