A velha locomotiva a vapor percorreu os 46 quilómetros que separam o Peso da Régua do Tua (concelho de Carrazeda de Ansiães), numa viagem que tem como paisagem predominante o rio Douro e as vinhas que são Património Mundial da UNESCO.

As cinco carruagens de madeira do comboio histórico encheram com cerca de 250 passageiros. Entre muitos turistas nacionais e estrangeiros, estavam também vários elementos da Comissão Nacional do Centenário do Turismo.

O seu presidente, Jorge Mangorrinha, salientou esta iniciativa pela importância que o comboio teve na história do turismo.

E é isso mesmo que a CP propõe todos os sábados até outubro, uma viagem que permite reviver a “nostalgia do passado” a partir do início do século XX.

“Entendemos que seria interessante divulgar este produto no âmbito da programação nacional”, acrescentou Jorge Mangorrinha.

O responsável lembrou que a CP é uma das cerca de 150 entidades aderentes às comemorações, que se irão prolongar até maio de 2012.

Carlos Madeira, relações públicas da CP, salientou que, apesar dos “elevados custos” inerentes ao serviço, o comboio histórico é uma “aposta muito importante”, porque se trata de um “produto emblemático para a empresa e região”.

“Agora há custos fixos que são pesados para a empresa e há necessidade de encontrar outros parceiros”, sublinhou.

Assim, para reduzir custos e para dinamizar o produto, o programa 2012 deverá introduzir algumas alterações. “É um produto que está na região e tem que haver mais sinergias entre a região e o comboio histórico do Douro. Mais do que há”, frisou.

Durante a viagem, o comboio faz uma paragem na vila do Pinhão, onde se podem apreciar os 24 painéis de azulejos do edifício principal da estação, que representam cenas da principal atividade económica da região - a vitivinicultura – e visitar a Wine House da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, propriedade da família Amorim.

A REFER anunciou esta semana a conclusão dos trabalhos de restauração e conservação dos 3.047 azulejos históricos e em tons de azul que compõem os painéis da Estação do Pinhão, após um investimento de 84.240 euros.

Com a viagem ainda a meio, na estação do Tua, os passageiros têm a oportunidade de assistir e até participar na manobra técnica de inversão da locomotiva, realizada ainda hoje à semelhança dos tempos antigos da locomoção a vapor.

Em 2010, o comboio histórico do Douro efetuou 19 viagens e transportou 2.451 passageiros.

Os comboios a vapor tiveram uma importância histórica determinante para o desenvolvimento da região do Douro, nomeadamente no escoamento do Vinho do Porto e na comunicação entre as localidades durienses.