Autor: Arthur Melo
O resultado final mostra, por si só, a superioridade das picoenses sobre as micaelenses, mas uma leitura atenta pelos parciais (18-25, 15-25 e 12-25) do encontro reflecte, sem sombra de dúvida, que o Ribeirense foi melhor em todos os aspectos da partida, alcançado assim uma vitória muito fácil.
Alguma expectativa pairava sobre este encontro, atendendo a que Clube K e Ribeirense, à entrada para esta ronda, encontravam-se empatados com quatro pontos, já que ambos tinham ganho um jogo e perdido dois.
Para além disso esperava-se um jogo equilibrado onde as micaelenses podiam tirar alguma vantagem sobre as picoenses, atendendo a que o conjunto das Ribeiras ainda não tem o plantel fechado e tem um mês a menos de preparação, embora as individualidades da equipa de Fabiano Kwiek sejam valores acrescentados no Ribeirense.
A resposta que o Clube K pudesse oferecer poderia avaliar o grau de maturação da equipa, mas bem cedo se percebeu que as micaelenses nunca conseguiram oferecer forte réplica às picoenses.
A defesa baixa da equipa de Nelson Reis nunca se encontrou e alicerçou toda a fraca produtividade da equipa, atendendo a que a distribuição do jogo raramente funcionou, os ataques eram frouxos e sem qualquer tipo de convicção e o bloco nunca foi consistente.
Ao contrário, o Ribeirense passou pelos três parciais do desafio incólume, apesar da líbero da equipa jogar numa posição que apenas lhe é familiar há quatro jogos. Mesmo com essa adaptação, as picoenses nunca mostraram fragilidades na defesa e com uma boa distribuição, bom posicionamento das suas jogadores, ataques fulminantes (muito embora alguns vóleis fossem suficientes para marcar ponto) e um bloco quase instranponível foram os ingredientes para a uma vitória fácil, sem sentir grandes dificuldades e que deixa, mais uma vez, antever que o Ribeirense vai trilhar um caminho que pode deixar a equipa no lote das que vão discutir o título nacional.
Demasiado respeito pelas adversárias foi, quem sabe, um facto que tirou discernimento às micaelenses, que durante o jogo nunca se encontraram.
A tal ausência não é alheio o facto de, por exemplo, algumas jogadoras não apresentarem índices de confiança e motivação que o principal escalão da modalidade exige.
A dupla de arbitragem limitou-se a fazer fluir o jogo, numa tarde de pouco trabalho.