Autor: Lusa/AO Online
“Só estamos a realizar o número de comboios, cerca de 20 por cento dos comboios, que são os estabelecidos para os serviços mínimos”, assegurou o sindicalista, assegurando que esses serviços estão a ser “cumpridos na íntegra”, respeitando a decisão do tribunal arbitral.
Ainda sem números concretos quanto à adesão dos maquinistas, António Medeiros sublinhou que com esta paralisação os trabalhadores pretendem “fazer respeitar o acordo que foi celebrado em 09 de junho” e que “a empresa quer rasgar”.
O dirigente sindical disse igualmente que com esta greve os trabalhadores querem contestar a “perseguição disciplinar” de que são alvos, em alusão aos processos disciplinares instaurados porque “a CP queria que os maquinistas substituíssem os revisores”.
Relativamente à reunião de quinta-feira à noite, entre a administração e o sindicato, António Medeiros, considerou-a uma “encenação negocial que apenas se prestou a um debate público e informativo em que a empresa manteve uma posição irredutível”.
“Lamentamos as consequências para as populações mas nós não temos outra alternativa. Este é um conflito laboral e a empresa tem o poder de contribuir para o desbloqueamento do conflito e só ela é que tem essa possibilidade”, concluiu.
Entretanto, em declarações à Lusa, a porta-voz da empresa, Ana Portela disse que a CP cumpriu esta noite todos os serviços mínimos decretados pelo Tribunal Arbitral face à greve dos maquinistas e, até às 06:00, estavam a funcionar 18 comboios.
Segundo a mesma fonte, os 18 comboios a funcionar representam dois a mais do que o previsto, mas cerca de um quarto dos 65 que costumam viajar num dia normal.
A paralisação, para a qual foram decretados serviços mínimos, prolonga-se até domingo, dia de Natal.
Um novo período de greve está marcado para 01 de janeiro, bem como ao trabalho extraordinário até ao final deste mês.