Autor: Lusa/AO Online
Foram acusados de violações repetidas dos netos, filhos, sobrinhos ou sobrinhas.
Os suspeitos são Burrell Edward Mohler Sr. 77 anos, e os seus filhos David A. Mohler, 52 anos, Burrell Edward Mohler Jr. 51 anos, pai de seis filhos, Jared Leroy Mohler, 48 anos, e Roland Neil Mohler, 47 anos.
Três dos homens são pastores na igreja da Comunidade de Cristo mas estão suspensos, disse a porta-voz da igreja, Linda L. Booth.
Os cinco homens, com fatos de prisioneiros cor de laranja e algemados nos punhos, cintura e tornozelos, apareceram cabisbaixos perante o juiz John Frerking do Condado de Lafayette que leu as acusações que impendem contra eles, incluindo sodomia forçada, violação de uma criança menor de 12 anos e uso de uma criança para práticas sexuais.
Burrell Edward Mohler Sr., 77, aparentava estar doente, mantendo os olhos fechados durante grande parte da leitura dos autos e tossindo por várias vezes.
As alegações, que incluem também actos de bestialidade, forçar crianças a falsos casamentos e levar uma menor a abortar, referem-se a abusos sexuais cometidos entre 1988 e 1995.
Os homens pouco disseram durante a audição de 20 minutos. Parecem não ter representação legal. Estão detidos com cauções que variam dos 30 mil aos 75 mil dólares. Uma nova audição em tribunal está marcada para 17 de Novembro.
As autoridades retomaram quinta-feira as buscas numa propriedade rural onde membros da família viveram outrora. Acreditam que podem encontrar um corpo ou corpos e procuram também localizar frascos de vidro cheios com notas escritas pelas crianças descrevendo os abusos de que foram vítimas.
"Quando as vítimas eram mais jovens, elas escreviam o que lhes acontecia e punham-no nesses frascos antes de os enterrarem na propriedade esperando assim esquecer", indicou Bill Lowe, porta-voz da polícia do Missouri.
O calvário das crianças viu a luz do dia em Agosto, quando uma mulher de 26 anos foi à polícia contar recordações de abusos sexuais cometidos pelo pai, tios e avô.
As suas quatro irmãs e o irmão cooperam deste então com a polícia e outras acusações poderão seguir-se, indicou Bill Lowe.
A jovem mulher descreveu nove episódios de violência sexual que, segundo recorda, começaram quando tinha cinco anos e terminaram quando ficou grávida e teve de abortar aos 11 anos.
Estas violências acompanhavam-se de elaboradas cerimónias de "casamento", durante as quais as raparigas deviam colher flores para enfeitar o cabelo e usar vestidos especiais.
Depois de uma destas cerimónias, a jovem mulher disse ter sido "casada" com um dos seus tios e ter sido conduzida a uma capoeira.
Ela recorda que o avô colocou então uma colcha na porta envidraçada e disse" "Divirtam-se muito", segundo os autos de acusação.
Foi também obrigada a ter relações sexuais com um cão e a assistir à violação do irmão, segundo documentos judiciais.
O porta-voz da polícia Bill Lowe recusou precisar se outros membros da família sabiam destes abusos ou se estavam presentes quando ocorreram.
"Não sei qual era o seu papel", disse, "isso entra no âmbito do inquérito em curso", acrescentou.
Os abusos ocorreram entre 1988 e 1995 na quinta situada em Bates City, Missouri. A avó da família morreu em Dezembro de 1991, noticiou o jornal Kansas City star.
O xerife de Alumbaugh declara-se convencido que "havia outras vítimas", afirmando que "os pedófilos não param num único caso: eles continuam."