Açoriano Oriental
Cimeira de Copenhaga com balanço positivo
O coordenador da Comissão para as Alterações Climáticas faz um balanço positivo da primeira semana de trabalho da Conferência de Copenhaga e salienta que já estão elaboradas propostas essenciais para negociar o desfecho do evento.

Autor: Lusa/AO On line

Nuno Lacasta, que integra a delegação portuguesa em Copenhaga, afirmou à agência Lusa que "o balanço da primeira semana é positivo", tendo os negociadores trabalhado num conjunto de decisões técnicas "muito importantes, porque vão operacionalizar as decisões políticas" da conferência.

"Por outro lado, foi apresentado o esboço de textos que consubstanciam este acordo político, o que significa que, neste momento, temos as propostas essenciais em cima da mesa para negociar o desfecho de Copenhaga. Brevemente estarão a chegar ministros para esta negociação e depois chefes de Estado e de governo", especificou o responsável.

Embora saliente que a primeira semana de trabalhos da Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Alterações Climáticas permite "ter um sentimento de esperança" para o desenvolvimento da próxima semana, Nuno Lacasta não deixa de reconhecer que esta é uma "negociação complexa e difícil".

"Também existe uma oportunidade política histórica de líderes mundiais poderem fazer um acordo politicamente vinculativo que inclua a comunidade internacional neste importante esforço" de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e de enfrentar as consequências das alterações climatéricas.

"Há muito trabalho ainda pela frente, mas o trabalho feito até aqui é essencial", resumiu o responsável português.

Nuno Lacasta apontou o anúncio feito em Bruxelas do acordo entre os líderes europeus para um financiamento imediato de 2,4 mil milhões de euros por ano entre 2010 e 2013 para concretizar as decisões imediatas resultantes de Copenhaga.

"Uma vez mais, a União Europeia lidera o debate e as propostas em matéria de alterações climaticas", realçou.

Na Conferência de Copenhaga, Portugal está integrado no quadro da União Europeia, com os parceiros europeus que estão "constantemente a negociar e afinar os diferentes aspectos que vão sendo colocados em cima da mesa", havendo "uma coordenação europeia intensa".

Portugal tem em Copenhaga uma equipa interministerial com representantes do Ministério do Ambiente, da Comissão para as Alterações Climáticas, do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Ministério da Economia e conta com 15 peritos portugueses na negociação.

Delegações de 192 países estão reunidas até 18 de Dezembro em Copenhaga naquele que é já considerado o maior e mais importante encontro de sempre sobre o clima. O objectivo é chegar a um consenso em relação a um texto para um acordo legalmente vinculativo, que concretize os objectivos necessários para assegurar que o aquecimento global não será superior a dois graus centígrados em relação à era pré-industrial.

Está confirmada a presença de mais de cem chefes de Estado e de Governo na Conferência de Copenhaga, convocada pela ONU, a que também assistem cerca de 15 mil delegados e o próprio secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. O primeiro-ministro português, José Sócrates, participará na cimeira.

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