Autor: Lusa/AO online
O comentário de Sigmar Gabriel surge numa altura de crescente apreensão dos países europeus face às dificuldades no acesso ao mercado chinês e ao excesso da capacidade de produção na indústria do aço do país asiático.
"Estamos chocados com os comentários do senhor Gabriel", disse a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying, em conferência de imprensa.
"Esperamos que ele clarifique o que quer dizer com 'uma Europa'", disse Hua.
"Nós acreditamos e esperamos que os comentários sobre a China tentar dividir a Europa não representam o pensamento da maioria dos europeus", acrescentou.
Durante uma visita a Paris, na quarta-feira, Gabriel apelou a uma política europeia comum para a China e disse que Pequim "devia ter uma política de 'uma Europa' que não vise dividir" os Estados-membros.
O ministro alemão não avançou com mais detalhes, mas funcionários europeus queixam-se que Pequim usa o seu estatuto de investidor de peso em pequenos países europeus para ganhar o seu apoio em assuntos da UE.
Em junho, a Grécia vetou uma declaração que criticava a situação dos direitos humanos na China e a Hungria, onde a China é um importante investidor, já bloqueou outras declarações.
Funcionários europeus queixam-se também que Pequim tentou travar uma resposta comum da Europa em disputas comerciais, ao oferecer concessões a certos governos.
A China tornou-se, nos últimos anos, um dos principais investidores em Portugal, comprando participações importantes nas áreas da energia, dos seguros, da saúde e da banca.