Autor: Lusa
“Não queremos saber de quem é a culpa. O certo é que os prejudicados são os açorianos deste relacionamento que não se coaduna com as exigências de um pais de direito e de um relacionamento são entre as diversas partes do território nacional”, afirmou Gualter Furtado.
O líder do CESA, que falava aos jornalistas em Ponta Delgada após o plenário daquele conselho, adiantou que uma “grande preocupação” demonstrada pelos parceiros sociais foi a relação entre o governo da República e o executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM).
Face a “um péssimo relacionamento que não dignifica nem o Estado nem os Açores”, Gualter Furtado apelou à intervenção do RR.
“Ele [RR] tem de saber interpretar esta situação que estamos a viver e tem de a levar aos órgãos da república. O senhor Representante da República tem de ter uma palavra e uma intervenção naquilo que se está a passar”, assinalou.
Gualter Furtado apelou ao diálogo entre os Governos, alertando que existem “dossiês em cima da mesa que ameaçam eternizar-se”, classificando como um “escândalo” o processo da construção de uma nova cadeia em São Miguel, o financiamento à Universidade dos Açores e as obras de recuperação dos prejuízos provocados pelo furacão Lorenzo.
“Ninguém ganha com isso. É preciso haver um entendimento quanto ao quadro financeiro e a assunção de responsabilidades. Uns dizem que uma parte tem razão, outros dizem que não. Mas eles têm de se entender. Sentar à mesa e dialogar”, avisou.
O economista alertou que a “sociedade açoriana não se revê” naquele tipo de relação e adiantou que o CESA vai realizar um plenário para abordar a relação entre o Estado e a região.
“Acho que não é só uma questão político-partidária. É uma questão de ineficiência das instituições. Até de uma certa irresponsabilidade das instituições. Há situações, e eu fico-me por aqui, que são de bradar aos céus. Isso não pode continuar”, reforçou.
A 15 de maio, o secretário das Finanças, Planeamento e Administração Pública, Duarte Freitas, afirmou que a dívida da República à Região Autónoma dos Açores ronda os 85 milhões de euros.
Na sexta-feira, o presidente do Governo dos Açores considerou que o país “é uno”, a propósito da aspiração da agricultura regional ser abrangida pelas medidas nacionais para a estabilização de preços dos bens alimentares.
De acordo com o líder do executivo açoriano, “um governo prestigia-se por ser justo, por olhar a dimensão do seu território, do seu povo e sua economia”, sendo que a “injustiça” deve ser combatida com a “reclamação” e “o silêncio não é opção”.
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