Autor: Lusa/AO online
Discursando no final do V Encontro Empresarial Ibero-Americano, no Centro de Congressos de Lisboa, Cavaco Silva afirmou que “a gestão da presente crise económica e financeira não deve fazer esquecer os desafios que uma economia global coloca à afirmação e ao crescimento das nossas empresas, especialmente às de pequena e média dimensão” e que a inovação tem um papel importante na “resolução das debilidades estruturais das empresas”. O sucesso das empresas depende, por conseguinte, da capacidade de aceder e aplicar esse conhecimento, dando-lhe expressão material através de novos produtos e serviços, menores custos operativos, melhores práticas de relacionamento com os clientes e maior criação de emprego em sectores de elevada intensidade tecnológica. “Um dos grandes desafios que julgo ser comum à generalidade das economias da comunidade Ibero-Americana será o de incorporar nas actuais estruturas produtivas uma acrescida intensidade de conhecimento”, referiu. Para Aníbal Cavaco Silva, “há que incentivar as empresas a assumirem um papel central no sistema de inovação”, porque “não restam dúvidas de que o interesse na procura de novas soluções tecnológicas por parte das empresas constituirá, sempre, o mais eficiente propulsor de qualquer sistema de inovação”. Cavaco sublinhou ainda a “necessidade e o interesse de termos empresas a participar em processos de aprendizagem e de interacção, potenciando o papel e a utilidade das universidades e aproveitando a sua oferta de conhecimento”. “Vejo no aprofundamento do espaço de inovação das nações ibero-americanas uma oportunidade ímpar para reforçarmos a produtividade e a competitividade das nossas empresas, é possível e desejável intensificar a cooperação entre os actores dos diferentes sistemas de inovação dos nossos países, nomeadamente entre as empresas e as universidades”, reforçou. O chefe de Estado defendeu que mesmo as empresas “menos capazes de inovar tecnologicamente, podem ser, de igual modo, veículos de inovação nas suas actividades organizativas, comerciais, de ‘marketing’ e até nas suas relações com a comunidade em que se inserem”. “O sucesso das empresas depende não só das suas competências no processo de criação de valor, mas também, e de forma cada vez mais relevante, da capacidade de fazer chegar os seus produtos e serviços a mercados globais”, sustentou.