Açoriano Oriental
Casar (nos Açores) está na moda

Diz a sabedoria popular que entre marido e mulher ninguém deve meter a colher, mas Cátia Leandro e João Gomes, o casal por detrás da Plano A – uma empresa de organização de eventos da ilha Terceira – põem mais do que isso. Estão no mercado desde 2012 e este ano começaram a vender o arquipélago como o sítio perfeito para casar.


Autor: Cátia Carvalho

O conceito nasceu - e cresceu - em família, “aproveitámos o facto dos meus avós celebrarem 55 anos de casados para pôr em prática a ideia”, recorda Cátia, “começámos por organizar festinhas pequenas e fomos crescendo”. Tanto que a ideia deixou de ser um mero plano para passar a ser a Plano A “inicialmente nenhum de nós trabalhava em exclusivo no projeto, mas em 2016, quando nasceu a nossa filha, tomámos a decisão do João se demitir. Foi difícil, especialmente na altura que era, mas foi esse passo que nos permitiu dar outro tipo de resposta aos clientes. Não havia outra forma de continuar”.


Desde 2015, altura em que a sombra da austeridade se começou a desvanecer, que o número de casamentos em Portugal tem vindo a aumentar. Casa-se mais do que aquilo que se casava e festeja-se diferente daquilo que se festejava, “o conceito de festa mudou e o perfil dos noivos também” revela João. “A maioria dos casais já depende dos seus próprios rendimentos e é quem paga o casamento. A partir do momento em que se começaram a quebrar as regras e a deixar cair algumas ideias do passado, os casamentos passaram a estar de acordo com aquilo que os noivos são enquanto pessoas e as festas começaram a fazer sentido mesmo para quem nunca imaginou casar”.


Embora a tendência nacional contribua para o negócio, entrar no mercado não foi fácil, “as pessoas não estavam minimamente sensibilizadas para os serviços que oferecemos nem sabiam do que se tratava” explica Cátia, “nós não somos decoradores que cobram um fee pelo serviço e depois quem quiser que trate do resto. A decoração é a parte mais visível do nosso trabalho, mas por detrás há um plano de consultoria que foi desenvolvido ao pormenor e da forma mais personalizada possível. É esse valor agregado que nos diferencia, os noivos sabem exatamente tudo o que estão a pagar e tudo o que vão ter”.


E o que têm, por norma, são eventos que seguem uma identidade visual minimalista, “somos obcecados pelo naturalmente bonito” conta João, “a simplicidade é sempre o nosso ponto de partida. O nosso estilo resulta do que somos enquanto pessoas e de tudo o que observámos durante estes 6 anos de trabalho. As festas existem para serem vividas por completo! Privilegiamos aquilo que faz as pessoas desapertarem o nó da gravata e se divertirem de forma genuína”.


O sucesso, esse, deve-se não só aos clientes satisfeitos que recomendam o serviço e que acabam por voltar, mas também ao forte investimento que Cátia e João fizeram na promoção e partilha do seu portfólio no Facebook e no Instagram, “as redes sociais são a forma mais rápida e eficaz de mostrar a todos aquilo que fazemos” refere João, “apostamos muito nas imagens porque têm o poder de fazer alguém se apaixonar e nos procurar. Existem momentos que merecem ser partilhados e é por isso que investimos diariamente em fazer sonhar todos quanto nos seguem”.


Depois de terem amadurecido a Plano A, Cátia e João preparam-se agora para ir mais longe e testar o potencial turístico dos Açores como destino de sonho para casar, “os Destination Weddings são cada vez mais populares, o número de pessoas que procuram destinos diferentes dos locais de residência para casar está a crescer” salienta João, “já tínhamos pensado nesta ideia, mas na altura, não tínhamos estrutura nem tempo para nos dedicarmos a ela. Parámos, pensámos e criámos a Spot On Weddings, uma espécie de filha da Plano A. Acreditamos que a mistura entre as diferenças culturais de quem nos procura e a autenticidade do paraíso em que vivemos irá com certeza fazer com o que o nosso trabalho seja ainda mais mágico”.


O clima temperamental das ilhas não é problema para os noivos estrangeiros, mas as ligações áreas sim, “Nós tratamos de tudo, até das burocracias e das questões legais se for necessário. Já tínhamos realizado alguns casamentos de emigrantes ou descendentes de emigrantes que optavam por casar nos Açores devido às ligações familiares. Este ano vamos organizar 3 casamentos de casais que vêm da Rússia, da Suécia e dos Estados Unidos” acrescenta Cátia, “serão os 3 realizados em São Miguel. Não temos pedidos, para já, para as outras ilhas. O nosso clima, comparado com os deles, não constitui um problema, no entanto os clientes referem que os voos para São Miguel são mais frequentes e em horários mais variados e nós compreendemos. É complicado obrigar os convidados, depois de já terem feito uma viagem, estarem a fazer mais uma ou duas ligações entre ilhas. Acabamos nós por ir ao encontro deles, o que já fazíamos com os clientes locais, aliás o 2º casamento que organizámos foi no Faial e foi um teste excecional à nossa força. Correu tudo como era previsto”.


Cátia e João realizam, em média, entre 2 a 3 eventos por mês, mais do que isso não aceitam. O segredo da evolução da Plano A não está na quantidade, mas sim na qualidade. E ambos mantêm-se fiéis a ela. Este ano, a agenda de ambos, entre Abril e Outubro, está totalmente preenchida.


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