Autor: Lusa / AO online
“Hoje dá-se uma mudança, sinónimo de nova vida, nova caminhada. É outro ambiente, os quartos são diferentes. Eles vão passear para a cidade com os monitores, vão para a praia e não necessitam de carrinha”, afirmou o padre Fernando Cabral Teixeira, responsável pela única estrutura da obra do Padre Américo existente nos Açores, na inauguração das residências (centros de acolhimento de crianças e jovens).
A adaptação das duas residências representou um investimento do Governo regional orçado em mais de 200 mil euros, e as novas instalações têm capacidade para acolher 16 crianças.
Além daqueles centros de acolhimento, a Casa do Gaiato tem ainda, em S.Miguel, um lar de transição, com capacidade para oito jovens e outro para acolhimento de dez rapazes e raparigas para evitar a separação de irmãos.
O padre Fernando Teixeira, que destacou a obra do Padre Américo e agradeceu à Segurança Social "por ter sempre um carinho especial" para com a instituição, cujo objetivo "é preparar" as crianças e jovens com o intuito de "regressar às suas casas e familias".
“Mas é bom que não se crie na nossa sociedade o erro de que o Governo faz tudo. O Governo deverá fazer aquilo que nós não podemos fazer. Temos que enaltecer e qualificar mais a solidariedade e o voluntariado que estão em crise”, alertou, salientando o papel dos "técnicos e dos vários donativos anónimos que chegam à instituição".
A secretária regional do Trabalho e Solidariedade Social, Ana Paula Marques, salientou que a mudança permite trazer os jovens da Casa do Gaiato para "um ambiente familiar", onde "vivem famílias equilibradas que têm filhos que vão à escola e convivem com os vizinhos".
“É preciso ter muita atenção e ter sempre uma mão amiga e um carinho especial”, reforçou Ana Paula Marques num apelo à vizinhança onde se situam os centros de acolhimento.
A secretária regional do Trabalho admitiu ainda que "a área das crianças e jovens é porventura aquela onde é mais difícil intervir e aquela que traz mais problemas", mas frisou que o Governo "está sempre atento, a adaptar-se e a modernizar-se" para o apoio naquela matéria.
O Bispo de Angra e ilhas dos Açores, D.António Sousa Braga, que benzeu as novas instalações, considerou a mudança para as novas residências "uma decisão acertada e de futuro que fará crescer" a instituição ligada à igreja.
D. António Sousa Braga sublinhou que o envolvimento da instituição com a comunidade local tem que continuar presente no trabalho da Casa do Gaiato, para que "não se perca o espírito de envolvimento à sociedade", que deve também ser mobilizada.