Autor: Lusa/AO Online
Em causa está a renovação total da escola das Maricas, em São Roque, um investimento orçado em cerca de 5,5 milhões de euros, e a reabilitação das escolas básicas dos Ginetes e dos Fenais da Luz, com investimentos entre 1,7 e 1,9 milhões de euros, adiantou Pedro Furtado, vice-presidente do município.
O responsável falava à Lusa, depois de uma reunião com a secretária regional da Educação, Sofia Ribeiro, num encontro preparatório para o próximo quadro comunitário, que entra em vigor em 2023.
A governante destacou que a reunião surge no âmbito de uma série de “contactos de proximidade com todos os concelhos da região”, uma vez que “há uma articulação que tem de ser feita, essencialmente a nível das estruturas de primeiro ciclo de ensino básico, que são da responsabilidade dos municípios”.
No esforço de preparação para o próximo quadro comunitário, é preciso “começar já a tomar como referência a situação atual, em termos de evolução demográfica", para “começar a fazer um planeamento a médio prazo”, afirmou Sofia Ribeiro, referindo que esta é a “altura ideal para fazer esta perspetiva”, porque esse levantamento será feito com os Censos.
Pedro Furtado garantiu que “se fosse possível ainda neste quadro comunitário executar alguma dessas obras”, o município estaria “em condições de o fazer”, desde que o Governo Regional tivesse disponibilidade financeira.
“A informação que tivemos é a de que é muito pouco provável, no atual quadro comunitário, ser possível candidatar mais alguma escola, mas a esperança é a última a morrer”, prosseguiu o vice-presidente da Câmara.
O autarca recordou que “o município de Ponta Delgada tem à sua responsabilidade cerca de 40 edifícios escolares do ensino básico e de jardim de infância”, salientando tratar-se de “um parque escolar enorme, que requer anualmente grandes investimentos que não são possíveis fazer sem comparticipação de quadros comunitários”.
Para além das escolas que já têm intervenções projetadas, o município prevê ter de intervir em “todos os edifícios nas freguesias mais afastadas da cidade, principalmente na zona norte do concelho”.
Quanto à necessidade de adequar o parque escolar às tendências demográficas, Pedro Furtado sublinhou que a possibilidade de fechar escolas “é uma situação que merece sempre muita reflexão”, tanto da parte da autarquia como da tutela.
Contudo, o autarca admitiu “uma conjugação de esforços, por exemplo, em freguesias próximas ter o 1.º e 2.º ano a funcionar numa escola e 3.º e 4.º anos a funcionar noutra freguesia”, como já acontece em algumas freguesias do concelho, ou de, em “freguesias com duas escolas, fazer apenas uma”.
“Uma coisa é certa, desde o ano escolar 2008/2009 até ao ano escolar 2019/2020 tivemos, no concelho de Ponta Delgada, uma redução de 30% da comunidade escolar do jardim de infância e ensino básico”, destacou, acrescentando que esse fenómeno é mais acentuado nas freguesias rurais.