Açoriano Oriental
Bolieiro quer “diálogo” para superar “desentendimentos” no Hospital de Ponta Delgada

O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, defendeu ser necessário "trabalhar em diálogo" para transformar os “desentendimentos de circunstância” entre a administração e os trabalhadores do Hospital de Ponta Delgada num “entendimento estrutural”.

Bolieiro quer “diálogo” para superar “desentendimentos” no Hospital de Ponta Delgada

Autor: Lusa/AO Online

“Reconheço os desentendimentos de circunstância, não vale a pena iludir porque eles estão manifestos, mas vamos trabalhar em diálogo e em concertação para transformar desentendimentos de circunstância numa base de trabalho para um entendimento estrutural”, afirmou Bolieiro aos jornalistas.

O líder do executivo regional (PSD/CDS-PP/PPM) falava na sede da Presidência do Governo, em Ponta Delgada, depois de uma reunião com a presidente do conselho de administração do Hospital Divino Espírito Santo de Ponta Delgada (HDES), Cristina Fraga.

Bolieiro disse que a “transparência” na gestão daquela unidade de saúde é uma “exigência” do Governo Regional e reforçou a confiança na administração hospitalar.

“Todos os procedimentos de contratação, sejam ou não familiares, sejam ou não empresariais, têm que ser feitos no quadro da legalidade e da transparência para obter eficiência e capacidade de resposta”, vincou.

A 14 julho, a delegação dos Açores do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) manifestou-se "muito preocupada" com o clima "de mal-estar" no Hospital de Ponta Delgada, devido à "falta de diálogo institucional do conselho de administração" com os clínicos.

Hoje, antes da intervenção de Bolieiro, Cristina Fraga disse desconhecer essas críticas, mas destacou que a administração está “sempre disponível para dialogar” com o sindicato.

Sobre o abaixo-assinado promovido pelos médicos da unidade e onde é criticada a gestão do hospital, Cristina Fraga disse que o documento está a ser analisado pela administração do HDES.

“Em relação ao documento com um conjunto de autógrafos que chegou ao conselho de administração, está em análise, mas posso garantir que o nosso conselho de administração está empenhado, firmemente empenhado na missão de diminuir as listas de espera”, assinalou.

A 13 de julho, a RTP/Açores revelou que os médicos promoveram um abaixo-assinado a exigir a convocação da comissão médica do hospital de Ponta Delgada, criticando a gestão de Cristina Fraga.

Questionada sobre as nomeações familiares no HDES, Cristina Fraga disse que o “assunto já foi remetido e esclarecido”, referindo-se a um comunicado de imprensa enviado na quarta-feira.

“Estou de consciência tranquila e é transparente o comunicado. Não é este momento e o local”, afirmou.

Também sobre o ataque informático ao HDES, Cristina Fraga remeteu também esclarecimentos para o comunicado já divulgado.

Na quarta-feira, o conselho de administração (CA) do Hospital de Ponta Delgada afirmou que "os pormenores sobre o ataque informático" de que foi alvo a maior unidade de Saúde dos Açores “não podem ser divulgados enquanto estiverem em investigação”.

A administração do hospital rejeitou ainda alegados favorecimentos de familiares de membros do conselho de administração no processo de nomeações, uma vez que as “relações maritais não podem ser fator para tomadas de decisão no que toca a nomeações, mas também não poderão ser fator de prejuízo para a melhor organização do Hospital”.

A reação surgiu numa nota de imprensa enviada pelo CA, após o Bloco de Esquerda (BE) ter anunciado, na quarta-feira, que vai requerer, no parlamento regional, as audições da presidente do Hospital de Ponta Delgada e do secretário regional da Saúde para esclarecer “todos os graves problemas” na maior unidade de saúde dos Açores.

A 24 de junho, o Governo dos Açores informou ter sido detetada "uma tentativa de intrusão externa no sistema informático" do Hospital de Ponta Delgada, pelo que foi acionado um plano de contingência.


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