Autor: Lusa / AO online
O Everton teve muitas dificuldades em suster Di Maria, Pablo Aimar e Saviola, sobretudo porque a defesa mostrou evidentes debilidades, em particular o defesa direito Gosling e o central Hibbert.
Ao contrário do que costuma fazer nos jogos do campeonato português, nos quais procura logo "abafar" o adversário, pressionando-o fortemente, desta vez o Benfica entrou de forma mais cautelosa, frente à equipa que chegou à Lisboa como líder do grupo, com duas vitórias.
A verdade é que, mesmo a jogar num ritmo pausado, o Benfica chegou cedo ao golo, logo aos 14 minutos, momento que marcou o início do festival argentino do futebol "encarnado", quando Di Maria, num lance aparentemente inofensivo, arrancou da esquerda um cruzamento primoroso a cair no segundo poste, onde surgiu Saviola a finalizar, de primeira, com execução técnica perfeita.
Mesmo a jogar a um ritmo cadenciado, o Benfica foi sempre superior perante um Everton a jogar num 4-4-2 muito rígido, o bloco baixo, sem imaginação nas transições ofensivas, facilmente neutralizadas pela defesa "encarnada".
Mas o auge do festival do trio Aimar-Di Maria-Saviola coincidiu com o início da segunda parte, em que o Benfica protagonizou uma entrada avassaladora, traduzida em três golos no espaço de sete minutos.
Três golos com perfume argentino. Primeiro, Aimar e Saviola ofereceram o golo de bandeja a Cardozo (47), um minuto depois Saviola e Di Maria fabricaram o "bis" do paraguaio, e finalmente, Aimar bateu o canto para a cabeçada fatal de Luisão (52).
Bastaram sete minutos demolidores para o Benfica construir uma nova goleada, depois de ter batido o modesto Monsanto, por 6-0, na Taça de Portugal, e conseguir pela sétima vez esta época marcar pelo menos quatro golos, em jogos oficiais.
O quinto surgiria aos 83 minutos, na sequência de mais uma explosão de Di Maria, que ofereceu o golo a Saviola, mas o Benfica podia ter construído uma goleada estrondosa porque o Everton foi obrigado a subir as linhas e abriu muitos espaços no último terço do campo.
Di Maria perdeu dois golos feitos e Cardozo outros tantos. O Benfica jogava e dava espectáculo perante um adversário que abriu a frente de ataque com quatro homens, abrindo um "avenida" no seu meio-campo, por onde os médios "encarnados" aceleravam em direcção à área inglesa.
Deu para tudo, até para desplantes de natureza técnica que deliciaram os benfiquistas, em particular Di Maria, e levaram a uma debandada dos adeptos ingleses, silencidados perante a supremacia do Benfica.