Aumento de creches tem de ser precavido com garantia de qualidade das respostas

A presidente do Comissariado dos Açores para a Infância defende que o aumento do número de creches na Região Autónoma dos Açores deve ser feito de forma gradual, dando prioridade à qualidade das respostas providenciadas, quer ao nível dos recursos humanos, quer ao nível das infraestruturas



Ana Margarida Silva falava em audição na Comissão Especializada Permanente de Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), a propósito do Projeto de Decreto Legislativo Regional n.º 15/XIII, apresentado pelo Bloco de Esquerda, que “Cria a Rede Pública de Creches da Região Autónoma dos Açores”.

Na ocasião, a presidente do Comissariado dos Açores para a Infâncias salientou que o mais importante é o interesse superior das crianças.

“A nossa opinião, de facto, é que estejam asseguradas, independente de ser em contexto de creche ou não, as condições necessárias às crianças e as respostas às suas necessidades”, justificou, adiantando que a preocupação do Comissariado é que todas as crianças açorianas, “que tenham medidas de promoção e proteção, sejam contempladas com uma resposta social adequada  às  suas necessidades”, para haver “uma resposta de imediato para a situação em causa”.

Ana Margarida Silva admite estar muito mais “assustada”com o aumento potencial de creches, uma vez que este “tem de ser feito de forma gradual”, de modo que a sua qualidade seja acompanhada pela “formação das pessoas que trabalhem nas creches e pelas estruturas físicas”.

“Parece-me que o Governo Regional está a fazê-lo de forma gradual”, sustentou, salientando ainda a importância da rede de amas como alternativa às creches.

Nesse sentido, sublinha que as alternativas às creches estão empoderadas de qualidade e repostas que as creches também têm, nomeadamente no que diz respeito ao “desenvolvimento holístico da criança” e ao seu “desenvolvimento cognitivo”.

Não obstante a relevância de haver recursos qualificados, admitiu que o Comissariado tem conhecimento de “que há uma dificuldade muito grande no recrutamento de educadores de infância na Região”, por isso sustenta que tem de haver uma aposta na formação e qualificação de profissionais nos Açores.

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