Açoriano Oriental
Assembleia da Madeira contra discriminação no financiamento das universidades regionais

A discriminação feita pela República no financiamento atribuído à Universidade da Madeira e à academia dos Açores, que vai receber mais 4,8 milhões de euros até 2023, foi hoje criticada no plenário do parlamento madeirense.

Assembleia da Madeira contra discriminação no financiamento das universidades regionais

Autor: AO/LUSA

Num projeto de resolução que será votado quinta-feira, o PSD (que governa a região, em coligação com o CDS-PP) exorta o Governo da República a dar o mesmo tratamento às universidades das regiões autónomas, “implementando também um reforço financeiro que promova o seu desenvolvimento e dirima as dificuldades decorrentes da insularidade e ultraperiferia”.

O deputado social-democrata Valter Correia censurou o facto de a República não ter aplicado um “tratamento diferenciado positivo” em relação às duas academias, “fazendo tábua rasa da lei”, o que contribui para “impedi-las de competir a nível da qualidade, de formação e inovação”.

O deputado regional recordou que a proposta de aditamento ao Orçamento do Estado feita pelo PSD na Assembleia da República para uma majoração neste financiamento foi recusada.

O diploma agora em discussão sublinha que, “num autêntico jogo de bastidores”, foi atribuído um complemento de 1,2 milhões de euros anuais à Universidade dos Açores (4,8 milhões entre os anos de 2020 e 2023), “numa forma discriminatória inaceitável” em relação à Madeira.

O deputado regional do PS Rui Caetano defendeu que o “tratamento da Assembleia da República em relação às universidades regionais tem de ser igual”, acrescentando ser necessário também “refletir na forma como o Governo Regional tem olhado para a Universidade da Madeira” ao longo do tempo.

O parlamentar afirmou também que a região tem de “investir de forma consistente e estratégica para poder potenciar o trabalho feito e as capacidades” da instituição.

Élvio Sousa, do JPP, considerou que “esta discriminação é uma conduta inaceitável” e viola “o princípio da igualdade”.

No seu entender, esta é uma “questão de solidariedade orçamental que tem séculos de luta autonómica”. Com o programa de ajustamento económico e financeiro aplicado na região, por exemplo, saíram 700 alunos da Universidade da Madeira.

Por seu turno, António Lopes da Fonseca, do CDS, criticou o “conluio” que permitiu que o reforço de verbas nos Açores, quando “nada foi atribuído à Madeira”.

Ricardo Lume, do PCP, considerou que “o grande problema se prende pela forma do financiamento o ensino superior”, com a desresponsabilização do Estado e o encargo das famílias. Na sua opinião, é “necessário acabar com as propinas”.


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