Açoriano Oriental
Angela Merkel obtém aplauso do seu partido por posição acerca dos refugiados
A chanceler Angela Merkel assegurou uma redução do fluxo de refugiados, mas insistiu em manter a porta da Alemanha aberta aos mais necessitados do mundo, obtendo uma ovação de pé do seu partido.
Angela Merkel obtém aplauso do seu partido por posição acerca dos refugiados

Autor: Lusa/AO online

Após semanas de disputas internas sobre a previsão da chegada de cerca de um milhão de requerentes de asilo à Alemanha este ano, Merkel pacificou a conservadora União Democrata Cristã (CDU) ao referir uma linha centrista de generosidade com limites bem definidos.

Angela Merkel apelou ao sentido histórico do partido, afirmando que a mesma força que permitiu à CDU uma "reconstrução a partir dos escombros da guerra para criar o milagre económico e a transição de um país dividido para um país reunificado", vai levar a Alemanha a ultrapassar a crise dos refugiados sem fechar as suas fronteiras.

Para a chanceler, a Alemanha, como primeira potência económica da Europa, tem a obrigação "moral e política" de continuar a ajudar as pessoas desesperadas, principalmente as que fogem da Síria, um país devastado pela guerra.

No entanto, apesar da "responsabilidade humanitária" alemã, Merkel reconheceu que, "mesmo um país forte como a Alemanha, pode ser esmagado a longo prazo por um grande número de refugiados", pelo que é preciso controlar o seu fluxo.

Com esta posição, Merkel ganhou uma batalha contra aqueles que, dentro da CDU, pediam que fosse estabelecido um limite para o número de requerentes de asilo na Alemanha, proposta que a chanceler considerou imoral e inconstitucional.

O texto de compromisso, aprovado por uma esmagadora maioria após quatro horas de acalorado debate, pede, em lugar do limite rígido, uma redução não especificada no número de refugiados.

A reunião na cidade alemã de Karlsruhe foi vista como uma das mais importantes em 15 anos do mandato de Angela Merkel à frente do partido e como forma de veicular uma imagem de unidade interna antes das eleições previstas para março no país e da decisão do partido sobre se Merkel concorre a um quarto mandato nas eleições gerais de 2017.

Esta semana, numa cimeira da União Europeia, Merkel disse que estava a apostar numa abordagem multifacetada para reduzir o número de refugiados, pedindo proteção reforçada para as fronteiras externas do país, solicitando apoio da Turquia para acolher os refugiados a longo prazo e um plano para a posterior redistribuição destes pelos vários Estados-membros da UE.

Merkel também referiu as medidas já tomadas na Alemanha, incluindo o alargamento da lista de países de origem seguros, a aceleração do repatriamento dos requerentes de asilo rejeitados e o reforço das equipas responsáveis pela gestão dos pedidos.

A Alemanha tem estado dividida na questão dos refugiados e o partido de extrema-direita AfD é visto como tendo beneficiado da agitação interna na CDU, pois aumentou a sua popularidade para 10%, segundo algumas sondagens.

A CDU, que sofrera uma queda acentuada no outono, recuperou entretanto para cerca de 39%, seguida dos social-democratas, com 24%.

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