Açoriano Oriental
Greve/Saúde
Algumas consultas e exames adiados na maior unidade de saúde dos Açores

A greve nacional dos médicos e enfermeiros está a afetar a realização de algumas consultas e a provocar o cancelamento de alguns exames no Hospital de Ponta Delgada, a maior unidade de saúde dos Açores, constatou a agência Lusa.

Algumas consultas e exames adiados na maior unidade de saúde dos Açores

Autor: Lusa/AO Online

Maria Silva deslocou-se esta manhã de Rabo de Peixe, concelho da Ribeira Grande, ao Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, mas acabou por ver a sua consulta adiada, devido à greve.

“Tinha uma consulta porque tenho diabetes, mas foi cancelada. Não sabia desta greve”, disse à Lusa, à saída da maior unidade de saúde dos Açores.

A idosa acrescentou que “agora resta aguardar que lhe liguem para nova consulta”.

De passo apressado, a utente Maria de Jesus confirmou à Lusa que acabou por realizar as análises que tinha agendadas para hoje.

Mas, para Maria Jácome a greve impediu-a de ser vista pelo neurologista. “Agora paciência. Não sabia da greve”, disse a idosa.

Também para Giselia Fernandes a greve trouxe "inconvenientes", porque "não realizou a ecografia que era para fazer hoje".

O secretário regional do Sindicado Independente dos Médicos nos Açores, André Frazão, adiantou à Lusa que "os números ficam aquém do esperado", admitindo que "devido às listas de espera", alguns profissionais "podem não ter aderido à paralisação, porque não se sentem confortáveis em remarcar um doente para daqui a dois anos".

Segundo o dirigente sindical, na Medicina geral e familiar a adesão nos Açores "é de cerca de 60%" e "nos hospitais ronda os 50%".

Fonte da Secretaria Regional da Saúde adiantou à Lusa que no caso dos médicos a paralisação nos Açores situa-se nos 24%.

Já na enfermagem, a adesão dos profissionais situa-se nos 8% no Serviço Regional de Saúde

A agência Lusa tentou obter de fonte sindical os dados da greve dos enfermeiros nos Açores mas até ao momento tal não foi possível.

Os médicos e enfermeiros iniciaram hoje paralisações que se prolonga até ao final da semana.

Os dois sindicatos médicos convocaram uma greve nacional para hoje e quarta-feira, sendo o primeiro dia agendado pelo Sindicato Independente dos Médicos e o segundo marcado pela Federação Nacional dos Médicos, que também promove na quarta-feira à tarde uma manifestação junto ao Ministério da Saúde, em Lisboa.

Os enfermeiros, através do Sindicato Democrático dos Enfermeiros Portugueses (Sindepor), iniciaram hoje quatro dias de greve, paralisação que se estende até o fim do dia de sexta-feira.

A greve dos médicos iniciou-se hoje às 00:00 e termina às 24:00 de quarta-feira.

Cada uma das classes profissionais tem reivindicações específicas, mas tanto médicos como enfermeiros argumentam que lutam pela dignidade da profissão e por um melhor Serviço Nacional de Saúde (SNS).


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