Autor: Lusa/AO Online
“O aumento das contribuições para a Segurança Social vai implicar menor poder de compra, ora um menor poder de compra vai arrefecer ainda mais a economia”, declarou Alberto João Jardim, também, líder do PSD-Madeira,
O social-democrata falava aos jornalistas na tradicional festa do PSD-M na herdade do Chão da Lagoa, concelho do Funchal, pouco depois de iniciar a volta pelas mais de 50 barracas de “comes e bebes” em representação das freguesias do arquipélago, da JSD, dos TSD e das comunidades madeirenses, depois de solicitado a pronunciar-se sobre o novo pacote de austeridade anunciado pelo primeiro-ministro na sexta-feira.
“Portanto, não sei se o dinheiro que o Estado vai buscar ao aumento das contribuições para a Segurança Social e aos lucros que vão resultar de massa fiscal maior à disposição do pagamento do IRC, será suficiente para compensar a redução do poder de compra e a perda que as empresas vão novamente aí sentir”, apontou.
Para o governante, “enquanto não se for à redução da despesa e se estiver unicamente centrado em cima do que significa poder de compra e reaquecimento da economia, não me parece a solução certa”, afirmou Alberto João Jardim.
À pergunta se este não é a sua política nem este o seu PSD, o dirigente do PSD-M respondeu: “Todos nós sabemos que houve uma demarcação do PSD nacional em relação ao PSD-Madeira nas últimas eleições regionais e isso é uma questão que não está esquecida”.
“A demarcação foi da parte do PSD nacional, não foi da parte do PSD-Madeira”, frisou.
O responsável referiu ainda que PSD e PSD-M têm “neste momento conceções políticas diferentes”, sustentando que o PSD regional preconiza o “aumento da circulação da moeda”, promovendo o investimento e a criação de postos de trabalho, “com formação de maior receita fiscal, porque há maior poder de compra, mesmo que à custa de uma certa inflação”.
“Continuo a dizer que a inflação é o preço que temos que pagar para podermos recuperar a economia”, acrescentou.
Questionado se está desiludido com o primeiro-ministro na sequência do anúncio de mais medidas de austeridade, o governante retorquiu: “Esses termos desiludidos e outros termos de literatura de cordel, isso é para relações entre namorados”.
O dirigente do PSD-M justificou a manutenção da festa do Chão da Lagoa, inicialmente prevista para julho, mas adiada devido aos incêndios, e mais uma vez sem o líder nacional do partido: “Se não se fizesse a festa (…) isto significava que o PSD se rendia perante as contrariedades. E fica muito bem claro que nós não nos rendemos perante contrariedades e que este partido vai continuar a ser um partido de luta”.
O governante expressou ainda pesar pela morte do antigo secretário de Estado do Turismo e fundador do CDS na Madeira, Baltazar de Andrade Gonçalves.