Autor: Lusa/AO Online
António Jorge Viveiros Raposo, advogado com escritório em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, está a cumprir, desde julho do ano passado, uma pena de seis anos de prisão, acusado num outro processo de burla.
A audiência deste julgamento, por um coletivo de juízes, tem vindo a ter adiamentos decorrentes de sucessivas renúncias dos defensores nomeados pela Ordem dos Advogados, uma vez que o arguido tem contestado os defensores nomeados pela Ordem.
Hoje, na sexta sessão da audiência de julgamento, o arguido voltou a contestar o advogado nomeado pelo Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados, alegando incompatibilidade com o defensor.
O arguido referiu que "nunca foi notificado do endereço do defensor nomeado" e que este "apareceu" no Estabelecimento Prisional de Ponta Delgada apenas nas vésperas do julgamento, e "sem" oportunidade de terem conferenciado com muita antecedência.
"Um coletivo não se pode preparar com menos de 24 horas", sustentou, acrescentando "não" ter culpa nenhuma dos "sucessivos adiamentos e sucessivas deslocações" ao Tribunal de Ponta Delgada.
Já o atual advogado do arguido, que pediu a sua substituição no caso, afirmou ter ficado "cerca de 20 minutos" à espera do cliente no estabelecimento prisional e considerou não haver qualquer perda de relação de confiança.
Mas a juíza, presidente do coletivo, afirmou que "as sucessivas recusas" constituem "uma manobra para obstar a realização do julgamento" e que "o arguido podia ter constituído mandatário", ficando determinado que o julgamento iria prosseguir.
Na audiência de julgamento, onde foram ouvidas testemunhas, o arguido sustentou não ter tido uma conduta criminal com os clientes.
"Não vejo que a minha conduta possa ter consubstanciado a prática de um crime", sublinhou, referindo que estava "mandatado pelos ofendidos para gerir e receber dinheiro (...)".
O julgamento prossegue a 20 de junho.