Autor: Nuno Martins Neves
O Parlamento Europeu vai ter não um, nem dois, nem três eurodeputados nascidos nos Açores. Ao todo, serão quatro os nascidos no arquipélago: aos três eleitos por Portugal (Paulo Nascimento Cabral, pela Aliança Democrática; André Rodrigues, pelo Partido Socialista; e Ana Martins, pela Iniciativa Liberal), junta-se a terceirense Catarina Vieira, eleita pelos Países Baixos.
A jovem de 27 anos foi a número 10 da lista da coligação PvdA/GroenLinks, partido que elegeu oito eurodeputados. Mas como o sistema eleitoral neerlandês é diferente - os eleitores votam diretamente no candidato, ao invés do partido, Catarina Vieira garantiu um lugar entre os 31 que os Países Baixos têm direito ao Parlamento Europeu.
Natural da ilha Terceira, a açoriana estudou Relações
Internacionais em Lisboa e na Chéquia antes de emigrar para os Países
Baixos em 2017 com o seu companheiro.
Antes de enveredar pela
política, trabalhou na organização não-governamental Rainforest Alliance
e foi conselheira política da União Europeia na organização
não-governamental Solidarid Network.
“Desde 2022, faço parte da delegação GroenLinks ao Partido Verde Europeu. Sei por experiência própria que a realidade quotidiana dos diferentes residentes da Europa varia muito. Ao mesmo tempo, só juntos poderemos enfrentar os nossos desafios comuns, desde as alterações climáticas até às ameaças à paz. Ainda há muito a fazer para garantir uma Europa verde no futuro, com oportunidades iguais para todos”, explica na sua carta de apresentação.
Em
entrevista ao jornal Luso, a eurodeputada açoriana eleita pelos Países
Baixos apresentou alguns dos pontos do programa do GroenLinks: “O bem
estar social e climático, o acesso a todos os transportes públicos com
preços acessíveis, a transição energética acessível, com também medidas
para reforçar o Estado de Direito, o cumprimento dos Direitos Humanos e a
nível internacional, a garantia de apoio à Ucrânia e à segurança dos
cidadãos europeus”.
Catarina Vieira reconhece que os jovens são uma
minoria no Parlamento Europeu e, por isso, espera ser uma porta-voz das
suas reivindicações em Bruxelas. “Acima de tudo, quero ser uma candidata
que concretize a ambição dos nossos valores na Europa”.