Açoriano Oriental
Açores comprometem-se a corrigir "injustiças" na carreira dos enfermeiros

O presidente do Governo dos Açores deixou o “compromisso” de “dignificar” com “justiça” as carreiras dos enfermeiros no arquipélago, uma garantia que, para a bastonária da Ordem, irá permitir "corrigir irregularidades" e "injustiças" da progressão na carreira.

Açores comprometem-se a corrigir "injustiças" na carreira dos enfermeiros

Autor: Lusa/AO Online

José Manuel Bolieiro reuniu-se na Horta, ilha do Faial, com a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, que iniciou uma visita à região.

De acordo com uma nota divulgada pelo Governo Regional, o chefe do executivo açoriano, de coligação PSD/CDS-PP/PPM, deixou uma palavra de “compromisso”, constante inclusive do Programa de Governo, de “dignificar” com “justiça” as carreiras destes profissionais, "sempre com enquadramento nas disponibilidades financeiras” da Região.

Em declarações à agência Lusa, a bastonária explicou que o acordo terá de ser "fechado entre o Governo Regional dos Açores e os sindicatos" e que "terá de ser de uma forma faseada".

Ana Rita Cavaco esclareceu que permitirá "corrigir uma injustiça" tal como o Governo Regional da Madeira já fez, mas o Continente "ainda não".

"Estamos muito satisfeitos com esse compromisso e achamos que este caminho, que está a ser feito aqui nos Açores e na Madeira é aquele que deve ser feito em todo o país”, defendeu.

Isto porque, salientou, “os enfermeiros têm sido de uma dedicação durante a pandemia e têm feito um esforço extraordinário, nomeadamente na questão do processo da vacinação”, pelo que “merecem que estas questões sejam corrigidas".

Em causa está o reposicionamento remuneratório em relação aos anos em que não progrediram na carreira.

"Tivemos um vazio legal em termos de carreira desde 2009 até à publicação desta nova carreira em 2019, mas que, na verdade, nunca se iniciou por causa da questão dos pontos que não atribuiu descongelamento aos enfermeiros", disse ainda a bastonária.

Segundo lembrou Ana Rita Cavaco, "os enfermeiros só podem progredir na sua carreira através da atribuição de pontos", na sequência do "descongelamento das carreiras da função pública".

"Mas, infelizmente para os enfermeiros isto não foi uma realidade. Houve muitos problemas na atribuição de pontos. Muitos ainda não têm pontos atribuídos. Outros têm pontos mal atribuídos. E tínhamos o problema dos contratos individuais de trabalho que nem sequer tinham direito a progredir e que têm exatamente as mesmas funções", apontou.

Na prática, especificou, "um enfermeiro hoje com 20 anos de profissão ganha os mesmos 1.205 euros brutos que um enfermeiro que acabe agora o seu curso".

Na audiência com a bastonária, o presidente do Governo Regional dos Açores demonstrou um “reconhecimento grato” pelo “empenho, dedicação, profissionalismo e competência” destes profissionais nos Açores, “em todas as áreas”, nomeadamente no atual processo de vacinação contra a covid-19, momento de “grande intensidade” laboral, segundo a nota divulgada pelo executivo açoriano.

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros vai estar na sexta-feira no Pico, onde estará também o secretário regional da Saúde, no primeiro dia da “Operação Periferia” que decorre até ao próximo domingo, nos três concelhos daquela ilha.

O secretário regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses, visita pelas 12h15 locais o Centro de Vacinação instalado no pavilhão gimnodesportivo da antiga escola secundária, onde funciona atualmente o Centro de Saúde, e onde deverão ser vacinados mais de 500 utentes.

À mesma hora, e segundo divulgou a secretaria regional, visitam também o local a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, e o presidente da Ordem nos Açores, Pedro Soares.

A “Operação Periferia”, que prevê a vacinação em massa das ilhas dos Açores sem hospital, arrancou a 06 de julho e chega ao Pico com a vacinação contra a Covid-19 no concelho das Lajes.

No sábado, será a vez do concelho da Madalena, com cerca de 400 utentes e, no domingo, o concelho de São Roque, com cerca de 750, informa a secretaria regional.

A operação “Periferia” abrange cinco das seis ilhas sem hospital dos Açores (no Corvo a vacinação já tinha decorrido em fevereiro e março), com a colaboração de uma equipa de nove militares, disponibilizados pelo Ministério da Defesa Nacional, e um reforço de cerca de 30 mil vacinas para essas ilhas.


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