Autor: Lusa / AO online
A antiga potência colonial e a União Europeia tentam por todos os meios persuadir a diplomacia sul-africana - orientada pelo presidente Thabo Mbeki, aliado histórico de Robert Mugabe - a assumir uma posição mais dura relativamente ao presidente do Zimbabué.
A visita de Miliband, segundo observadores, deverá ter como objectivos informar as autoridades sul-africanas do novo pacote de sanções contra o regime de Mugabe em discussão na UE e tentar dissuadir Mbeki e a sua administração de prosseguirem a política de "diplomacia silenciosa" nos esforços de mediação que o presidente sul-africano dirige em nome da SADC, e que produziram até ao momento resultados nulos.
Com efeito, o governo britânico, a União Europeia, os EUA, Austrália, Nova Zelândia e organizações como a Comunidade Britânica, consideram que as recentes eleições presidenciais no Zimbabué foram uma farsa e um exercício de terror conduzidos por Mugabe e o seu aparelho militar e estudam agora um pacote de sanções económicas directas contra o regime.
A União Africana foi branda com Mugabe na sua declaração da semana passada, principalmente por força da influência de Mbeki e da maioria dos líderes da SADC, apesar de importantes países africanos, com destaque para a Nigéria, Quénia e Botsuana, terem criticado duramente Robert Mugabe pela forma como se "auto-elegeu" para mais um mandato à frente dos destinos do Zimbabué.
A administração Mbeki não se alongou em explicações sobre a visita do secretário britânico das Relações Exteriores, tendo Ronnie Mamoepa, porta-voz do executivo, afirmado apenas na sexta-feira que Miliband se desloca à África do Sul "como parte do fórum bilateral África do Sul/Grã-Bretanha" e referindo que ele se encontrará com a sua homóloga, Nkosazana Dlamini-Zuma, na terça-feira.
Thabo Mbeki tem estado, no entanto, sob pressão crescente da sociedade civil do seu país para alterar a sua posição de "apoio tácito" a Robert Mugabe à medida que o regime zimbabueano se torna de facto um pária em vastas regiões do globo.
Centrais sindicais, organizações religiosas de inúmeras tendências, oposição e até um número considerável de membros do seu próprio partido (o ANC) e governo criticam abertamente o regime de Mugabe, ridicularizando amiúde as posições do presidente sul-africano relativamente ao Zimbabué.
Thabo Mbeki regressou no sábado a Harare, no quadro da mediação da SADC, para novo encontro com Robert Mugabe e os líderes da oposição, mas apenas se encontrou com o presidente e o líder da facção menos representativa do MDC, Arthur Mutambara.
Morgan Tsvangirai, líder da maior facção do movimento oposicionista e candidato presidencial que venceu a primeira volta, mas que acabaria por desistir da segunda, em consequência da onda de terror lançada pelo regime, já admitiu que perdeu a confiança no mediador e pediu à União Africana o destacamento de uma força de manutenção da paz para o Zimbabué e a nomeação de um enviado especial que "apoie" a mediação da SADC.
"As reservas do MDC relativamente ao processo de mediação chefiado pelo presidente Mbeki são bem conhecidas. A nossa posição é que a não ser que a equipa de mediação seja alargada para incluir pelo menos um representante permanente da União Africana, e o mecanismo de mediação seja alterado, nenhum progresso substancial será conseguido na resolução da crise do Zimbabué. Se isto não acontecer o MDC deixará de fazer parte do processo de mediação", refere um comunicado emitido pelo líder do MDC, Morgan Tsvangirai, em resposta à posição conjunta da União Africana a semana passada.
A visita de Miliband, segundo observadores, deverá ter como objectivos informar as autoridades sul-africanas do novo pacote de sanções contra o regime de Mugabe em discussão na UE e tentar dissuadir Mbeki e a sua administração de prosseguirem a política de "diplomacia silenciosa" nos esforços de mediação que o presidente sul-africano dirige em nome da SADC, e que produziram até ao momento resultados nulos.
Com efeito, o governo britânico, a União Europeia, os EUA, Austrália, Nova Zelândia e organizações como a Comunidade Britânica, consideram que as recentes eleições presidenciais no Zimbabué foram uma farsa e um exercício de terror conduzidos por Mugabe e o seu aparelho militar e estudam agora um pacote de sanções económicas directas contra o regime.
A União Africana foi branda com Mugabe na sua declaração da semana passada, principalmente por força da influência de Mbeki e da maioria dos líderes da SADC, apesar de importantes países africanos, com destaque para a Nigéria, Quénia e Botsuana, terem criticado duramente Robert Mugabe pela forma como se "auto-elegeu" para mais um mandato à frente dos destinos do Zimbabué.
A administração Mbeki não se alongou em explicações sobre a visita do secretário britânico das Relações Exteriores, tendo Ronnie Mamoepa, porta-voz do executivo, afirmado apenas na sexta-feira que Miliband se desloca à África do Sul "como parte do fórum bilateral África do Sul/Grã-Bretanha" e referindo que ele se encontrará com a sua homóloga, Nkosazana Dlamini-Zuma, na terça-feira.
Thabo Mbeki tem estado, no entanto, sob pressão crescente da sociedade civil do seu país para alterar a sua posição de "apoio tácito" a Robert Mugabe à medida que o regime zimbabueano se torna de facto um pária em vastas regiões do globo.
Centrais sindicais, organizações religiosas de inúmeras tendências, oposição e até um número considerável de membros do seu próprio partido (o ANC) e governo criticam abertamente o regime de Mugabe, ridicularizando amiúde as posições do presidente sul-africano relativamente ao Zimbabué.
Thabo Mbeki regressou no sábado a Harare, no quadro da mediação da SADC, para novo encontro com Robert Mugabe e os líderes da oposição, mas apenas se encontrou com o presidente e o líder da facção menos representativa do MDC, Arthur Mutambara.
Morgan Tsvangirai, líder da maior facção do movimento oposicionista e candidato presidencial que venceu a primeira volta, mas que acabaria por desistir da segunda, em consequência da onda de terror lançada pelo regime, já admitiu que perdeu a confiança no mediador e pediu à União Africana o destacamento de uma força de manutenção da paz para o Zimbabué e a nomeação de um enviado especial que "apoie" a mediação da SADC.
"As reservas do MDC relativamente ao processo de mediação chefiado pelo presidente Mbeki são bem conhecidas. A nossa posição é que a não ser que a equipa de mediação seja alargada para incluir pelo menos um representante permanente da União Africana, e o mecanismo de mediação seja alterado, nenhum progresso substancial será conseguido na resolução da crise do Zimbabué. Se isto não acontecer o MDC deixará de fazer parte do processo de mediação", refere um comunicado emitido pelo líder do MDC, Morgan Tsvangirai, em resposta à posição conjunta da União Africana a semana passada.