Autor: Lusa/AO Online
A comitiva açoriana é liderada por Vasco Cordeiro e inclui ainda o presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Roberto Monteiro, disse à agência Lusa fonte do executivo regional dos Açores.
Esta é a primeira vez que o presidente do Governo dos Açores integra a comitiva da região autónoma numa reunião bilateral permanente do Acordo de Defesa e Cooperação entre os Estados Unidos da América (EUA) e Portugal.
Quanto a Roberto Monteiro, que preside ao município onde está localizada a base, integra a comitiva açoriana depois de ter visto recusado o pedido que endereçou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) para estar presente na reunião de quarta-feira, que decorre em Lisboa.
Esta é a primeira vez que a comissão bilateral permanente se reúne depois do anúncio dos EUA, no início de janeiro, de que vão retirar das Lajes 500 militares e civis ao longo deste ano, reduzindo a sua presença nos Açores a 165 pessoas. Por outro lado, preveem dispensar 500 trabalhadores portugueses.
Os norte-americanos confirmaram em janeiro, após dois anos de esforços diplomáticos portugueses junto das autoridades de Washington, uma decisão que comunicaram a Portugal pela primeira vez em novembro de 2012.
Vasco Cordeiro considerou, por isso, que a decisão norte-americana foi uma "monumental bofetada na cara do Estado português" e defendeu "uma resposta firme e determinada" por parte do executivo nacional.
Os Açores têm chamado a atenção para o impacto que a decisão norte-americana terá na região, estimando a perda de um total de 1.500 postos de trabalho na Terceira e uma redução em 6,1% o PIB da ilha.
A 21 de janeiro, Vasco Cordeiro apresentou um plano de revitalização económica da Terceira, que já entregou ao primeiro-ministro, e em que defende o financiamento, por parte dos EUA, de um programa de apoio estrutural à ilha de 167 milhões de euros anuais durante 15 anos.
Quanto ao Governo português, fonte oficial do MNE disse à Lusa no domingo que espera que as autoridades norte-americanas comuniquem “os termos exatos” da redução da presença na base das Lajes, Açores esta quarta-feira, no 33.º encontro da comissão permanente entre Portugal e os Estados Unidos.
Esses "termos exatos" não foram até agora comunicados ao Governo português, disse a mesma fonte, que explicou que o conhecimento das intenções das autoridades dos EUA é “importante para a definição da posição nacional em relação às consequências globais desta decisão”.
No entanto, salientou a mesma fonte, Portugal está “há muito tempo a trabalhar na estratégia de negociação”, que pode passar pela revisão do acordo de cooperação e defesa entre os dois países, em vigor desde 1995.
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