Açoriano Oriental
Vasco Cordeiro é refém político dos interesses instalados no PS
O deputado regional do Partido Popular Monárquico nos Açores, Paulo Estêvão, disse hoje estar convencido de que o presidente do Governo Regional e líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro, "é um refém político dos interesses instalados" no próprio partido
Vasco Cordeiro é refém político dos interesses instalados no PS

Autor: LUSA/AO online

"Reconheço-lhe, por vezes, vontade para mudar políticas, práticas e pessoas, mas não o deixam, não o deixam. Estou convencido de que a maioria absoluta do PS representa uma espécie de colete-de-forças para Vasco Cordeiro”, afirmou Paulo Estêvão, numa declaração política no plenário da Assembleia Legislativa dos Açores, que decorre na Horta, ilha do Faial.

Antes, o deputado único do PPM afirmou que “as coisas só podem mudar no futuro se o PS perder a maioria absoluta”, pois “as maiorias absolutas do PS são o escudo que protege as clientelas instaladas e impede as reformas políticas e económicas” que devem ser feitas nos Açores.

“Enquanto estas se mantiverem, nada mudará no âmbito da governação dos Açores”, considerou, mostrando-se disponível “para dialogar e favorecer consensos” no sistema político açoriano.

Declarando-se pronto para “aceitar a responsabilidade e a representatividade” que os eleitores quiserem dar a 16 de outubro, data das eleições regionais, Paulo Estêvão apontou que “mais representatividade significará mais força e maior legitimidade para as ideias e projetos” que o partido defende.

“Em qualquer circunstância, o PPM não será uma força de bloqueio no âmbito do nosso sistema parlamentar e de governo”, adiantou.

Numa intervenção em que perguntou sobre a reforma autonómica, o deputado regional destacou que “parece que a vontade de concretizar um acordo antes das eleições regionais teve uma morte súbita e anónima”, reiterando a disponibilidade para chegar a um acordo nesta matéria.

Francisco Coelho, do PS, disse perceber, face ao momento político, “alguma picardia política” e a necessidade que os partidos sentem em “atacar a estabilidade e a maioria clara” que o Governo Regional, cujo presidente se encontrava no plenário, tem merecido dos eleitores.

Quanto à reforma da autonomia, o parlamentar socialista referiu que o processo ainda decorre e mostrou-se convicto de que dará “bons resultados”.

Já Aníbal Pires, do PCP, defendeu que a reforma da autonomia não deve ter “data marcada”, mas ser objeto de “um processo de reflexão e de aprofundamento”, enquanto a bloquista Zuraida Soares apontou a necessidade de “lutar por uma autonomia mais aprofundada, mais participada”.

Para Artur Lima, do CDS-PP, a discussão da reforma da autonomia neste momento “é absolutamente estéril”.

No seu entender, “os açorianos não precisam de discutir a autonomia, o que precisam é de melhor saúde, educação, de uma agricultura forte”.

O deputado social-democrata Duarte Freitas reafirmou a disponibilidade do PSD “para refletir sobre os próximos 40 anos da autonomia”, agora que passam 40 anos do percurso de governação dos Açores pelos açorianos.

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