Autor: Ana Raquel Lopes/Lusa/AO Online
“Claro que temos que estar preparados para mais refugiados atravessarem o resto da Europa. Isto é uma guerra, é uma guerra brutal e há um ataque deliberado a serviços críticos: aquecimento, luz, água, gás. E claro que o objetivo disso é infligir o máximo de sofrimento possível aos civis ucranianos para tentar quebrar o seu compromisso e a sua unidade contra a invasão da Rússia”, declarou Jens Stoltenberg.
O secretário-geral da NATO falava aos jornalistas à entrada da reunião do Conselho do Atlântico Norte, principal organismo de decisão política da NATO, que vai juntar hoje e quarta-feira ministros dos Negócios Estrangeiros no Palácio do Parlamento, em Bucareste, capital da Roménia.
O líder norueguês salientou que já milhões de pessoas se viram forçadas a abandonar a Ucrânia desde o início da guerra em fevereiro, muitas delas com destino à Roménia, país fronteiriço, “perto de três milhões”, sublinhando a importância desta reunião ter lugar em Bucareste.
Stoltenberg mostrou-se “absolutamente certo” de que o presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, “não vai ser bem sucedido” e que os civis, as forças armadas e os líderes ucranianos “não vão quebrar”.
“Estes ataques brutais contra infraestruturas críticas civis só estão a encorajar os Aliados a fazer ainda mais, porque temos que garantir que a Rússia não ganha”, vincou.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.655 civis mortos e 10.368 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.