Açoriano Oriental
SPEA revela que a cada ano que passa contam-se menos milhafres nos Açores

Novo Censo de Milhafres vai decorrer nos dias 1 e 2 de abril, estimando-se que a população atual pouco ultrapasse as 2 mil aves

SPEA revela que a cada ano que passa contam-se menos milhafres nos Açores

Autor: Rui Jorge Cabral

A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) vai promover nos dias 1 e 2 de abril mais um Censo de Milhafres, com o objetivo de contribuir para avaliar o estado da população desta ave de rapina diurna, sendo que nos últimos anos os resultados não têm sido animadores, pois a cada ano contam-se menos aves.

Conforme refere a SPEA em nota de imprensa, nos Açores a população atual de milhafres é de 2082 aves, enquanto que no arquipélago da Madeira, estima-se que a população atual seja de 254 mantas. 

O milhafre é a maior ave de rapina presente nos Açores e na Madeira, sendo que cada um destes arquipélagos tem uma subespécie distinta desta ave que é designada de águia-de-asa-redonda em Portugal Continental,  de manta (Buteo buteo harterti) na Madeira e de milhafre (Buteo buteo rothschildi) nos Açores. 

Refira-se que o milhafre é uma espécie que facilmente se observa a planar em círculos a grande altitude e ocupa diversos habitats desde zonas florestais, áreas costeiras, pastagens e até mesmo zonas urbanas.

O milhafre alimenta-se maioritariamente de roedores, mas também de pequenas aves, de insetos e minhocas, tendo um papel importante no controlo de pragas e na saúde dos ecossistemas.

No entanto, o envenenamento, a eletrocussão em linhas elétricas e o atropelamento são as principais ameaças que enfrenta nos Açores e na Madeira.
Sendo uma ave fácil de identificar, o envolvimento dos cidadãos nas contagens tem sido frequente e tem permitido acompanhar as populações de mantas e milhafres há mais de uma década.

Recorde-se que esta iniciativa  de ciência-cidadã realiza-se todos os anos desde 2006, quer na Madeira, quer nos Açores e contou já com a participação de mais de 2500 voluntários.

Conforme salienta a SPEA, “só assim, com um número tão elevado de voluntários, é possível obter o volume de informação necessário para o devido acompanhamento desta espécie”, apesar da escassez de fundos dedicados ao estudo dos milhafres e mantas. Para participar no Censo não são necessários conhecimentos aprofundados sobre a espécie.

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