Autor: Lusa/AO Online
De acordo com as imagens transmitidas pela televisão russa, Vladimir Putin desejou "felicidades" às tropas da Coreia do Norte integradas nas forças russas em campanha na Ucrânia desde o ano passado.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 2014, anexando a Península da Crimeia e lançou uma ofensiva de grande escala em 2022.
"Desejo as maiores felicidades a todas as vossas tropas", disse Putin dirigindo-se aos oficiais norte-coreanos uniformizados presentes na cerimónia.
Durante as cerimónias, Putin, acompanhado por líderes estrangeiros convidados para a parada que assinalou o 80.º aniversário da vitória sobre o nazismo, prestou homenagem aos soviéticos mortos na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Após o desfile na Praça Vermelha, os líderes depositaram uma coroa de flores no Túmulo do Soldado Desconhecido, situado junto das muralhas do Kremlin, sede da presidência da Rússia.
A cerimónia terminou com um desfile da guarda presidencial, após o qual Putin e os convidados se dirigiram para o edifício do Kremlin.
Antes, Vladimir Putin tinha referido a coragem dos soldados russos na Ucrânia.
Milhares de militares desfilaram na Praça Vermelha perante os dirigentes estrangeiros, que se deslocaram a Moscovo para assistir às comemorações.
A Rússia assinala sempre a 09 de maio o final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), mantendo a tradição que se prolonga desde a era soviética.
A Segunda Guerra Mundial fez mais de 20 milhões de mortos na antiga União Soviética.
Putin voltou a estabelecer paralelos históricos entre a Segunda Guerra Mundial e o ataque em grande escala à Ucrânia de 2022.
"Todo o país, a sociedade e o povo apoiam os participantes na operação militar especial" na Ucrânia, disse Putin, utilizando o eufemismo oficial para definir a invasão da Ucrânia.
"Estamos orgulhosos da coragem e determinação e da força que sempre nos trouxe a vitória", acrescentou.
No mesmo discurso o chefe de Estado russo disse ainda que a Rússia é uma "barreira indestrutível contra o nazismo, a russofobia e o antissemitismo".
No desfile marcharam cerca 11 mil soldados, incluindo 1.500 militares que combateram na Ucrânia, de acordo com a agência de notícias estatal russa TASS.
Os líderes de 29 países estiveram ao lado de Putin nas bancadas da Praça Vermelha, incluindo os Presidentes da China, Xi Jinping, e do Brasil, Lula da Silva, bem como os chefes de Estado do Cazaquistão, da Bielorrússia, do Vietname, da Arménia, de Cuba e da Venezuela.
O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, - desafiando as posições da União Europeia - e o chefe de Estado sérvio, Aleksandar Vucic, também estiveram presentes, assim como o Presidente dos sérvios da Bósnia, Milorad Dodik, procurado pela justiça da Bósnia.
O desfile militar incluiu ainda a passagem de 130 veículos, entre as quais os antigos blindados soviéticos T-34 e as peças de artilharia SU-100 utilizadas durante a Segunda Guerra Mundial.
Como novidade, os aparelhos aéreos não tripulados (drones) utilizados na campanha militar na Ucrânia foram exibidos, transportados em camiões todo-o-terreno Kamaz.
Na abertura da cerimónia, Putin disse que o país apoia a ofensiva na Ucrânia, numa referência direta ao conflito: "Todo o país, a sociedade e o povo apoiam aqueles que participam na operação militar especial. Estamos orgulhosos da sua coragem e tenacidade, essa força de espírito que sempre e só nos trouxe a vitória".
Por outro lado, Putin prestou homenagem ao papel desempenhado pelos países aliados na derrota das tropas da Alemanha nazi.