Sónia Nicolau afirma que é “a profunda mágoa” que lhe causa “a forma como este processo está a ser conduzido pelo Partido Socialista” que a leva a tomar “a decisão de retirar a sua “disponibilidade para ser candidata”, refere em comunicado.

Passados 80 dias desde que manifestou a essa disponibilidade, não obteve “nenhum contacto das lideranças do PS” e “as reuniões ocorridas resultaram das minhas solicitações”, salienta. E, de acordo com a militante do PS, “a expectativa do presidente do partido, Francisco César, é de que o processo de escolha do candidato autárquico se conclua apenas no final de janeiro ou início de fevereiro”.

Ora, para Sónia Nicolau, essa opção do PS condiciona a escolha do candidato autárquico e o próprio resultado final, tendo em conta que é necessário “selecionar e definir candidaturas para as 24 freguesias — o que envolve, no mínimo, 400 candidatos —, 54 candidatos à Assembleia Municipal e 18 candidatos à Câmara Municipal”. E “as candidaturas vencedoras exigem antecipação e tempo para a concretização”, afirma no mesmo comunicado.

Por outro lado, sustenta que não está “disponível para se submeter a um processo de seleção baseado em decisões fechadas, que demonstra receio da decisão de militantes e simpatizantes”. 

“A esperança de que o PS/A se abra à sociedade, como expressei em setembro de 2024, foi frustrada pelo reforço das declarações recentes do presidente do partido”, sublinha, considerando que “até ao momento, nenhum argumento válido foi apresentado para justificar a não realização de primárias”.

Sónia Nicolau agradece às “centenas de cidadãos, militantes e simpatizantes que subscreveram o manifesto”, e que foram informados da sua decisão previamente. E acrescenta: “a partir deste momento, sinto-me ainda mais livre para ponderar e tomar decisões futuras que melhor sirvam o concelho de Ponta Delgada e da sua população”.

Militante do PS desde 2006, Sónia Nicolau participou em diversos atos eleitorais pelo partido; integrou estruturas concelhias, de ilha, regionais e nacionais. De 2005 a 2021, foi membro da Assembleia de Freguesia da Relva, deputada municipal e vereadora, e deputada regional entre 2016 e 2020.