Autor: AO Online
Nasceu mais um campeão na freguesia da Agualva, na Praia da Vitória. O lugar do país com mais praticantes de golfe “per capita” - onde fica situado o Clube de Golfe da Ilha Terceira- é, também, o maior viveiro de campeões da modalidade. Este campeão é filho de outro campeão: José Luís Garcia, ou “Xalhinha”, como é carinhosamente conhecido pela família golfista terceirense.
O golfe não foi o primeiro desporto de Ricardo Garcia. O jovem começou no futebol no Juventude Desportiva Lajense onde ficou até hoje para não quebrar laços: “Nunca deixei o futebol porque a maior parte dos meus amigos joga. É uma maneira de estar mais tempo com eles. Estes dois últimos anos continuei a jogar por ser uma forma de ganhar resistência e força para o golf”. Também na aptidão para o futebol Ricardo seguiu as pisadas do pai.
Houve, ainda, uma terceira modalidade na vida de Ricardo, ainda que por muito pouco tempo: “aos 8 entrei para o ténis de mesa no Juncal mas acabei por desistir no ano seguinte e assim entrei para o golf com mais ou menos 9 anos.”
De miúdo enérgico, ativo e um tanto rebelde no futebol, Ricardo teve que começar a treinar não só as técnicas de golfe como as características de um desporto individual com muita autodisciplina: o que, convenhamos, requer uma maturidade que uma criança de 9 anos não tem.
É nesta fase que Ricardo admite que o papel do pai foi fundamental. Como criança competitiva que sempre foi, Ricky, foi sendo alimentado por um desafio diário: “Vamos ver quando é que jogas melhor do que eu!”, dizia Xalhinha nos treinos ao fim de semana.
Foi a frase que alimentou um campeão e cedo chegou o dia em que conseguiu dar menos pancadas do que a sua referência de vida. Hoje, nas férias de verão, Ricardo começa a treinar às 8 da manhã e termina depois das 17h00. Não teve muito tempo para ser criança, mas tem agora dois troféus importantes na sua estante de casa. É que em 2012 já havia sido vice-campeão nacional de sub 12.
O atleta terceirense destacou a importância do apoio que a Associação de Golfe e o clube lhe dão e não esquece os dois treinadores Michael e Artur: “Primeiro tenho que lhes agradecer só por me aturarem, mas também por me ensinarem a jogar golf. E ainda na ajuda que me dão muitas vezes ao oferecerem-me tacos para eu poder jogar. São espetaculares! Obrigado Michael Duarte e Artur Freitas”.
Este é um prémio com sabor especial: Ricardo é, agora e para já, o único açoriano com o título de campeão nacional sub 18.
No meio de tantas horas de treino há lugar para o menino comum. Ricardo gosta de estar com os amigos, de ouvir música e de canja de galinha. E por enquanto pode descansar o coração porque agora é o pai que tem que treinar mais para conseguir jogar melhor do que ele.