Açoriano Oriental
Covid-19
Situação é dramática e põe em causa sobrevivência do setor, avançam Empresas de Diversão

A Associação Portuguesa de Empresas de Diversão (APED) disse esta sexta feira que a situação do setor é dramática e põe em causa a sobrevivência de cerca de 800 empresas, que podem não resistir até ao verão de 2021.

Situação é dramática e põe em causa sobrevivência do setor, avançam Empresas de Diversão

Autor: AO Online/ Lusa

Em declarações à Lusa, o presidente da associação, Francisco Bernardo, revelou que, neste momento, perspetiva-se que toda a atividade do setor, até ao final do ano, possa ser suspensa em face da pandemia de covid-19, paralisando os empresários dos divertimentos e da restauração cuja faturação dependente, quase que exclusivamente, das festividades e eventos durante o período de verão.

Esta situação levou, em março, a APED a solicitar uma reunião urgente com o Governo, para exigir medidas de apoio ao setor, como a equiparação a trabalhadores independentes e suspensão de contribuições, para "subsistir" aos efeitos da pandemia.

Segundo o dirigente, este pedido ainda não foi atendido, pelo que o setor continua a carecer de medidas específicas para fazer face a esta crise.

Para a APED, as medidas anunciadas pelo Governo são insuficientes, não protegendo as centenas de empresas familiares, como é o caso do 'lay-off', medida que não abrange os sócios-gerentes.

A associação teme ainda que as candidaturas do setor aos apoios para trabalhadores independentes sejam rejeitadas.

"Aquilo que está em causa é a subsistência do setor com o perdurar da situação no tempo. Se não trabalharem neste verão, só vão trabalhar no próximo e há muita gente que não vai conseguir chegar ao próximo verão sem abrir insolvência", disse.

Em março, quando apenas estavam cancelados os eventos e festividades agendadas para maio, a situação já era dramática, com relatos "desesperados" de empresários confrontados com o pagamento de despesas mensais - créditos, impostos, obrigações contributivas, entre outros - mas sem qualquer receita.

À data, tinham já sido cancelados 30 eventos.

Em março, na missiva a solicitar uma reunião de urgência, os empresários da diversão pediram que Governo avance com medidas de apoio ao setor que permitam que os empresários possam "subsistir" enquanto se mantiver o estado de emergência no país.

A APED propõe duas soluções: a equiparação destes empresários aos trabalhadores independentes e a suspensão das obrigações contributivas à Segurança Social e Finanças, bem como dos empréstimos bancários.

Os empresários pedem ainda que, no regresso à normalidade, o Governo reconheça o setor, tal como vem sendo pedido há vários anos, como atividade cultural, o que permitiria descer o IVA de 23% para 13%.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 55 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 246 mortes, mais 37 do que na véspera (+17,7%), e 9.886 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 852 em relação a quinta-feira (+9,4%).


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