Açoriano Oriental
Atentados de 11 de Março em Espanha
Sentença conhecida a 31 de Outubro
A sentença do julgamento dos 28 alegados responsáveis dos atentados de 11 de Março de 2004 em Madrid será conhecida a 31 de Outubro, refere uma notificação dada hoje pela Audiência Nacional de Madrid.

Autor: Lusa / AO online
    A notificação, enviada às partes, será dada a conhecer numa leitura pública, que se espera bastante extensa, na mesma sala da Casa de Campo, em Madrid, onde decorreu o julgamento.

    Considerado o maior processo de sempre da justiça espanhola e o maior do mundo no que toca ao terrorismo, o julgamento terminou a 02 de Julho último, depois de 57 sessões em que os 28 arguidos rejeitaram qualquer envolvimento.

    Ao longo de quatro meses e 17 dias e de cerca de 310 horas, o tribunal ouviu, além dos arguidos, um total de 309 pessoas, devendo agora passar uma sentença que se espera de mais de mil páginas.

    Das 309 testemunhas ouvidas, 117 pertenciam às forças de segurança e do Estado, 24 tinham a classificação de testemunhas protegidas e quatro prestaram depoimentos através de videoconferência do estrangeiro, nomeadamente Paris, Versalhes, Bruxelas e Milão.

    Na prova pericial compareceram 71 peritos, dos quais 42 policiais, 16 forenses e 13 outros especialistas.

    Apesar de o julgamento ter começado com 29 suspeitos, 19 deles em prisão preventiva e dez em liberdade condicional, terminou com menos um depois de Brahim Moussaten ter sido ilibado a 04 de Junho.

    Além de determinar as eventuais penas de prisão que cumprirão os condenados, a sentença deverá ainda indicar indemnizações que as vítimas dos atentados receberão.

    As acusações pediram indemnizações de um milhão de euros para os familiares de cada um dos 191 mortos, além de apoios para os feridos.

    Os juízes deverão ainda decidir sobre as petições relativas aos depoimentos de algumas testemunhas, questionadas pelas partes.

    Entre elas está a queixa apresentada contra o ex-director-geral da Polícia Agustina Díaz de Mera que segundo vários magistrados mentiu ao mencionar a existência de um alegado relatório que relacionava a organização separatista basca ETA com os atentados.

    A procuradoria pede penas de 38.952 anos de cadeia para os três arguidos considerados autores intelectuais dos atentados - Rabei Osman El Sayed, Youssef Belhadj e Hassan El Haski - e penas de 38.950 para os autores materiais Jamal Zougam e Abdelmajid Bouchar.

    O Ministério Público pede também penas elevadas para Rafa Zouhier (38.958) e Otman El Gnaoui (38.962).

    Potencialmente a maior pena de prisão pende sobre o espanhol José Emílio Suárez Trashorras - 38.962 anos de cadeia - por alegadamente ter fornecido os explosivos usados nos atentados.

    Mais de centena e meia de órgãos de informação acreditaram-se para a cobertura do arranque do julgamento que foi acompanhado diariamente, com sessões especiais, por quase 30 meios de comunicação espanhóis.

    Todas as audiências do julgamento foram transmitidas em directo numa página criada especialmente para o efeito na Internet.
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