Autor: Rui Jorge Cabral/Nuno Martins Neves
A Câmara Municipal da Ribeira Grande defende que o novo Centro de Saúde a
construir na Ribeira Grande deve ser reforçado nos seus serviços e
“complementar” ao Hospital do Divino Espírito Santo (HDES).
A Câmara
da Ribeira Grande salienta, aliás, a “resposta extraordinária” que o
Centro de Saúde da Ribeira Grande tem dado desde o incêndio que afetou o
hospital de Ponta Delgada no passado dia 4 de maio, com o reforço de
pessoal que teve devido à reorganização dos serviços de saúde em São
Miguel.
Conforme explica em declarações ao Açoriano Oriental o
presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio,
“a posição geoestratégica da Ribeira Grande, que faz fronteira com todos
os concelhos da ilha, permite que possamos pensar mais além, estando já
sinalizado um local para o novo centro de saúde, que foi tratado com o
atual Governo Regional, sendo uma reivindicação antiga da população”.
Para Alexandre Gaudêncio, o incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo, no passado dia 4 de maio, “veio dar razão a essa reivindicação, uma vez que ao longo dos últimos anos aconteceu um ‘desmantelamento’ do Centro de Saúde da Ribeira Grande”, por exemplo, ao nível das pequenas cirurgias ou dos meios complementares de diagnóstico.
O presidente da
Câmara da Ribeira Grande lembra mesmo que a Urgência do Centro de Saúde
da Ribeira Grande estava a encerrar às 20 horas e que o aparelho de
Raio-X deixava de funcionar a partir das 16 horas, antes do incêndio no
hospital de Ponta Delgada, para onde eram direcionados a partir dessas
horas os utentes do Centro de Saúde da Ribeira Grande.
Por isso,
desde o incêndio no HDES que a autarquia reforçou ainda mais a
reivindicação de que o Centro de Saúde da Ribeira Grande funcione “de
forma complementar” ao Hospital do Divino Espírito Santo, uma ideia
reforçada pelo facto de estarmos “a 15 minutos de Ponta Delgada”.
Alexandre
Gaudêncio mostra-se otimista em relação a essa possibilidade, com base
em posições recentes assumidas pelo Governo Regional no sentido de uma
“descentralização” nos cuidados de saúde em São Miguel, concluindo que
“este é o caminho”.