Açoriano Oriental
Defesa
Reunião militar de alto nível EUA-Rússia na Finlândia
O chefe do Estado-Maior norte-americano reuniu-se em Helsínquia com o homólogo russo para relançar, ao mais alto nível militar, as relações bilaterais abaladas pelo conflito na Geórgia, em Agosto, anunciou fonte diplomática.

Autor: Lusa/AOonline
As delegações de cada um dos países foram chefiadas, respectivamente, pelo almirante Michael Mullen e pelo general Nikolai Makarov, precisou Kim Hagan, porta-voz da embaixada norte-americana na Finlândia.

    Mullen e Makarov reuniram-de logo depois do pequeno-almoço de trabalho organizado pelo chefe do Estado-Maior finlandês, Juhani Kaskeala, adiantou a mesma fonte, que declinou revelar o conteúdo das conversações havidas numa residência isolada nos arredores de Helsínquia.

    Este foi o primeiro frente-a-frente ao mais alto nível militar entre os dois países desde que Makarov assumiu funções de Junho e desde a crise internacional desatada com o conflito georgiano no Cáucaso.

    A Geórgia - ainda ocupada pelas tropas russas nas repúblicas independentistas da Abkhazia (noroeste) e Ossétia do Sul (centro-norte), apesar do acordo de paz mediado pela presidência francesa da União Europeia (UE) estipular a retirada total - é aspirante à plena adesão à Aliança Atlântica (NATO), talvez já em Dezembro próximo, e um país para onde Washington tem canalizado avultadas ajudas económicas e militares.

    De facto, as forças armadas georgianas há anos que contam com a ajuda de conselheiros militares norte-americanos, deslocados para o país caucásico no quadro do combate ao terrorismo.

    Moscovo vê com muito maus olhos esta situação, porque considera a Geórgia - ex-república soviética - parte integrante da esfera de influência da Rússia.

    A Casa Branca e o Kremlin também estão de candeias às avessas por causa da futura instalação de bases do sistema de defesa anti-míssil (NMD) norte-americano na Polónia e na República Checa, teoricamente para prevenir um ataque nuclear iraniano à Europa mas, na prática, mecanismos que neutralizam o arsenal de mísseis de longo alcance russos.

    “Estrategicamente é importante o reatamento do diálogo (EUA-Rússia) para cimentar uma boa relação a longo prazo”, sustentou fonte militar norte-americana antes da reunião Mullen-Makarov.

    “Há desacordo em várias frentes e a Geórgia está no topo das preocupações”, acrescentou, recordando ter sido Makarov a tomar a iniciativa, após contacto telefónico prévio com Mullen dias antes da invasão do país caucásico.

    Quanto à NATO, até nova ordem manterá a decisão assumida a 19 de Agosto de suspender as relações com a Rússia, disse o porta-voz aliado James Appathurai, comentando a bilateral Mullen-Makarov.

    A 10 de Outubro - concluiu, evocando a data limite para a retirada das tropas enviadas pelo Kremlin contra a Geórgia - o próprio secretário-geral da organização, o holandês Jaap de Hoop Scheffer, se manifestou contra a normalização imediata das relações NATO-Rússia.
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